LELECA E TONICO - UMA HISTORIA DE AMOR

Leleca abraçava o Tonico!

Olham a menina que repousa cansada.

Parece sorrir!

Sonha lá há muitos anos quando não tinha com quem brincar.

Criava figuras com nuvens e desenhava brinquedos em pedacinhos de papel.

A boneca do tamanho de um bebê de verdade na vitrine tinha cabelos.

A sua? Havia adotado uma jogada fora por uma vizinha.

De plástico.

Cuidava como se fosse a mais linda e nova da loja.

Contava histórias para ela...

Que a boneca ia crescer, encontrar o príncipe encantado, ter um monte de bonequinhos com ele e ser feliz por toda a vida...

A boneca não respondia!

Quem cala, consente!

Sonhos não têm fim!

Não pagam taxas!

O tempo passou!

A menina cresceu!

A bonequinha, mascote e companheira, seguiu-a por todos os caminhos que a vida leva, sempre guardada com carinho em algum cantinho secreto...

Viver não é sonhar e crescer traz encargos.

Príncipes não existem e a batalha é dura.

A menina laboriosa venceu quase todas as batalhas.

Um dia, quando todos os serviços estavam prontos, parou para olhar melhor a bonequinha, que parecia menor ainda...

Reparou nela uma certa tristeza.

Faltava algo!

Paninhos, tesoura, botões, linha...

Quase uma mágica!

Primeiro Leleca, depois Tonico...

A menina ganha mais dois filhinhos...

Desta vez, grandes, com olhinhos, cabelos, roupinha e tudo o que tem direito.

Cansada, foi dormir seus sonhos.

Deixou Leleca namorando seu príncipe encantado.

Olhando melhor o abraço deles verão bem apertadinha, aconchegada, a minúscula bonequinha de plástico.

Como um bebê que reencontrou seus pais sendo felizes para sempre...

Pedro Galuchi
Enviado por Pedro Galuchi em 27/04/2009
Reeditado em 27/04/2009
Código do texto: T1562406
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