A ESTRELINHA

— Eu não acredito nisso.

Reclamava o lobo olhando para o céu e andando de um lado para o outro.

— O que foi? Porque esta olhando para o céu e reclamando? Perguntou o urso.

— Esta faltando uma estrela.

— Que falta vai fazer uma em bilhões e no mais eu acho que você contou errado.

— Alto lá quem sabe o que tem, sabe onde esta e foi a 999 que sumiu! Já contei varias vezes ate o amanhecer, alguma coisa aconteceu.

O urso meio desconfiado daquela conversa ficava olhando seu amigo com ar preocupado, pois não sabia como ajudá-lo e foram ate uma amoreira onde estava o tamanduá bandeira...

— Tamanduá você viu uma estrela por ai, perguntaram quase em coro.

— O que?

— Uma estrela! Falou o urso.

— Bateram a cabeça ou perderam algum parafuso, estrelas não se perde isso e impossível falou o tamanduá.

— Eu as conto toda à noite e uma sumiu, viu ou não viu, perguntou o lobo.

— E claro que não!!! Pois seria no mínimo estranho alguém carregando uma estrela e depois como fariam para pegala? Na falta do que fazer vocês inventam cada uma.

O urso olhou para o lobo como se estivesse concordando com o tamanduá e para sua surpresa o tamanduá falou...

— Eu sei como resolver isso nos esperamos anoitecer e as recontamos só pode ser um engano.

O lobo gostou da idéia de seu amigo mas mesmo assim passou o dia olhando para o céu numa tristeza danada e no cair da tarde...

— Fogo, fogo, fogo gritava o tatu.

— Não pode ser, cadê a fumaça? Perguntou o tamanduá.

Não sabiam, pois ninguém tinha visto ou sentido cheiro de fumaça, mas havia um clarão na floresta que parecia fogo que não deixava ninguém em paz, alguma coisa estava acontecendo e ai chegou a onça e...

— Tem alguém chorando, e o som vem lá do fogo disse a onça.

— Não é fogo, mas de qualquer jeito vamos lá! Alguém pode estar precisando de ajuda, falou o tamanduá.

E saíram em desembalada carreira fazendo um alvoroço danado, já tinham visto de tudo na floresta, mas ver a noite se tornar dia era demais e a curiosidade os tornavam mais velozes ainda ate que chegaram lá.

— Olhem isso! Gritou o tamanduá de espanto.

— E ela! Eu disse que ela tinha sumido, falou o lobo.

— Mas o que faz uma estrela aqui na floresta e chorando? Perguntou o urso.

O choro triste comoveu a todos que em silencio foram se aproximando ate que a onça disse...

— A sua luz esta diminuindo e lhe perguntou, quem e você? Porque esta se apagando? Pare de chorar esta entre amigos.

A estrela olhou em sua volta e viu que estava com amigos e respondeu...

— Sou uma estrela o que faz uma estrela se apagar se não a tristeza eu era o encanto das madrugadas o motivo de alegrias o guia para os viajantes.

— Então o que faz aqui? Perguntou o tatu.

— Eu estava ouvindo o uivo do lobo e fui atropelada, respondeu a estrela.

— Essa e demais, atropelada?

Falou o macaco prego às gargalhadas saltando com toda a macacada de um lado para o outro fazendo uma algazarra danada.

— Parem com isso falou a coruja nos temos e que ajudá-la e não fazer galhofa e perguntou para a estrela.

— Como alguém pode ser atropelado no céu?

— E simples basta ficar distraído e Bum a pancada e certa, o céu não e mais um lugar sossegado como vocês pensam que é.

O macaco prego não se conteve e...

— Vai ver que quem tava dirigindo ouve demais o lobo uivar e deixa de prestar a atenção no transito, e deu outra gargalhada.

— Não e nada disso, falou a estrela.

— Nunca mais uivarei para vocês não quero que nada lhes aconteça, disse o lobo.

— Não tem ninguém dirigindo lá esse e o problema o céu e que não nos pertence mais esta cheio de satélites de comunicação e restos de foguetes que ficam lá inúteis em órbita tirando o nosso sossego, foi assim que eu fui atropelada e acabei caindo aqui foi um satelite.

— Mas se as estrelas caírem o lobo não uivara mais os viajantes se perderam e a alegria se tornara tristeza com as noites perdendo seu encanto falou a onça preocupada.

— Nos estamos cansados de tanta tralha a nos perseguir disse a estrela quase chorando.

E um ar de preocupação tomou conta de todos já que também sabiam que uma providencia deveria ser tomada porque eles não queriam que esses lixos caíssem nas suas cabeças.

— Nos não podemos resolver isso, mas também não podemos ficar sem o brilho de vocês que animam as nossas noites e encantando os nossos corações e tenho certeza que não vai demorar muito como você mesmo esta dizendo isso vai se tornar um problema para todos e quem tiver solução vai acabar com isso, porque se não o que nossos filhos e netos vão ver nas noites de céu sem nuvem, um monte de tralha? Falou bem serio o urso.

— Eu tenho uma sugestão, falou a cobra cascavel.

— Qual e? Perguntaram todos em coro.

Olhou carinhosamente para a estrela e respondeu.

— Brilhem e pisquem com muito mais vontade assim quando eles olharem para o céu não vão deixar nenhum lixo estragando essa obra prima, o nosso planeta e belo e nada deve alterar isso, suba e brilhe bem forte, para que possam ser notadas ainda mais.

— Mas só a alegria pode me fazer subir.

— Agora a solução e nossa falaram os macacos.

— E qual e? Perguntou a coruja.

— Festa e muita alegria contagiante.

— Legal, legal...

Era só o que se ouvia e todos os bichos se reuniram e cantaram embalados pelo o uivo do lobo e o canto dos pássaros, e a estrela que já tinha começado a deixar a tristeza de lado viu a macacada fazendo brincadeiras com seus saltos e gritos uns com os outros, disparou a rir e nessa hora uma nuvem que tinha parado para ouvir a conversa se abriu deixando o caminho livre para o céu, e ela começou a subir embalada pelo som da festa e todos puderam ver o seu brilho novamente em direção ao espaço infinito, e nessa hora o lobo uivou como nunca e todos gritaram...

ADEUS,

ADEUSS,

ADEUUUSSSS...