MARES

Ah! Que imensa alegria...!

Eu lhe peço Virgem Maria

Pela minha vida e minha fé,

Venha sempre em meu socorro

Se um dia não puder ver os morros

E o mar do Embaré.

Não importa a barreira da idade,

Quero deambular por esta cidade,

Aplaudir a santista zaga,

E mesmo que o mar fique grosso

Quero unir-me às aves em alvoroço

No belo mar do Gonzaga.

Quero ser como um albatroz

Voando alto, veloz,

Deixando na areia o meu coração,

E nos olhos a estupenda pintura,

Na verdade uma pirogravura,

Do mar do Boqueirão.

Lá, ao longe, uma tosca canoa,

Sob a fina chuva navega à toa,

Genuflexa, ó mãe querida,

Agradeço a sorte que tenho

De imprimir dos meus pés o desenho

Na praia de Aparecida.

Vem a noite com seu sobretudo

De seda negra e negro veludo,

Salpicado de astros pequeninos.

A lua, tal como a fada Hie,

Cobre de ouro a obra de Tomie

No mar do José Menino.

01/04/09.