PRIMAVERA

A floresta inteira é sacudida pelo corre-corre dos filhotes entre as arvores, ate que um deles procura sua mãe para mamar. E quando ja esta satisfeito a olha com um jeito muito serio e coloca carinhosamente a sua cabeça sobre as patas dianteiras, dela, e lhe pergunta:

— Para que existe o rabo?

— Para nos ajudar a manter o equilíbrio.

— O veado não tem um rabo tão grande e se equilibra muito bem.

— Mas também não consegue espantar as moscas com o rabo como você.

— Mas e muito melhor um rabo pequeno.

— E ficar rodeado de moscas?

Ele sem resposta, mas com um jeito pensativo se deita de bruços e começa a brincar com a orelha de sua mãe. E ela carinhosamente o prende para que possa limpá-lo com varias lambidas, enquanto isso ele tenta se livrar do banho.

— E no mais como ficaria o meu futuro rei das pradarias sem seu rabo?

Ele fica em pé esfregando seu pescoço no de sua mãe e a olhando sem resposta. E enquanto se aninha para uma soneca. Recebe uma ultima lambida para que possa dormir limpo e em paz. Ela o observa bocejar, e também adormece.

Os dois ficam ali deitados à sombra de uma arvore ate o cair da tarde. Ele acorda da uma espreguiçada olhando a sua volta à procura de alguma aventura noturna. Sua mãe preocupada lhe recomenda para que não fosse para dentro da floresta escura, pois poderia se perder.

Foi à mesma coisa de não falar nada bastou que ela se distraísse e ele foi direto para a floresta, deixando sua mãe rosnando para chamá-lo e de repente ele aparece apavorado e se esconde entre as patas de sua mãe que lhe pergunta:

— O que foi?

— Porque os lobos uivam? Eles me assustaram.

— Você e suas perguntas, quem uiva e a loba, e você não devia ter se afastado sem me avisar!

— Os filhotes dela sumiram? Só podem ter sumido para que ela ficasse assim chamando com esses uivos toda noite.

— Não e nada disso, ela sobe num lugar bem alto e uiva bem forte para avisar aos lobos que esta no cio.

— No cio?

— E quando ela esta pronta para se acasalar e engravidar e assim ter seus filhotes.

— Eu pensei que os filhotes viessem da floresta de presente para vocês.

— E mesmo um presente da natureza, mas não vem dessa forma, vocês são duas sementinhas que vão crescendo aos poucos dentro da barriga da mamãe e quando estão prontos vocês nascem e nos dão a alegria de suas perguntas.

— Então para que precisam dos machos?

— As fêmeas possuem uma semente e os machos possuem a outra e é no cio que o macho copula com a fêmea para poder deixar dentro dela a sua parte que se unirão e se transformarão em lindos filhotes como você, e quando você crescer também vai querer seus filhotes.

— Então eu acho que você podia pedir para elas para que arranjassem um outro jeito menos barulhento e o pior de noite assustando todo mundo.

— Cada um tem seu jeito os sapos coaxam, os pássaros cantam os vaga-lumes brilham na noite escura para serem encontrados, o que você acha que aconteceria se isso não acontecesse?

— Eu iria dormir em paz sem essa barulheira.

— Mas também não teria ninguém para brincar de correr entre as arvores, pois ninguém nasceria.

Ele fica serio coça a sua orelha e diz.

— Pelo menos você podia me fazer nascer sem as pulgas!

E ela rola sobre a relva e diz:

— Essa e uma outra estória agora vá brincar e você vai reparar que você terá mais amigos daqui um tempo para brincar na floresta.

Ele olha para sua mãe rolando de um lado para outro e da um pulo carinhoso sobre a sua barriga e ficam assim brincando e felizes por terem um ao outro.

TiO DiMiTRi

27/3/2005 15:24T