UM POODLE DO BARULHO
A San tem um belo cão.
Chama-se Pingo o cachorro.
De manhã, em seu socorro,
A dona lhe dá ração.
Mas, antes, ela faz mimo
No Poodle, todo dengoso.
Num sofá, sempre vaidoso,
Saltitando, pede arrimo.
Faz pose de aristocrata...
E o bicho, tão fofo, luxa!
Parece um gato da Xuxa,
Um siamês, não vira-lata.
Haja nele água-de-cheiro
E a dourada gravatinha!...
Assim, San mais acarinha
O Pingo, bom companheiro.
Na cuca, laço de fita,
Sempre de cor encarnada,
Pois mau-olhado é pedrada
Num cão de mina bonita.
Como tem brilho no pelo
Esse cãozinho da San!...
Seu olhar faz cor louçã,
Quando a cobre de desvelo.
Mas o Pingo é do barulho!...
E se zanga – nem te falo –,
Se a Sandra vai ter embalo,
Lá pras bandas de Guarulho.
Fort., 23/03/2009.