O CASO DAS BATATINHAS
Ó maninha Mariinha
Tu não crês nas juras minhas
Não foi eu, ó queridinha,
Quem comeu as batatinhas.
Sabes bem que eu não minto
E o falatório aqui em casa é vário,
Estou dizendo o que sinto
E até prova em contrário
Sou inocente da acusação.
Podes investigar minha boca
Eu continuo com a afirmação
Mesmo sendo tua crença pouca,
Eu juro pelas minhas tranças,
E pelos teus chocolates divinos
Que empanturram as panças
Minha e dos meninos
Da minha classe na escola,
Quando estavas de cama
Fingindo ser vítima da escarola
Colhida na horta do Sakiama.
Confesso que as balas de coco
Sumidas do fundo do armário,
Vendi para gerar um “troco”
Pro presente do Ademário.
Mas as tuas batatinhas
Não as comi, podes crer,
Apenas dei para as galinhas,
E foi lindo vê-las correr
Bicando aquelas coisinhas,
Em forma de caracol,
Ignorando as coitadinhas
O quanto ingeriam de colesterol.
28/04/06.
(arte de criança)