A vida do cãozinho sem dono
Amanhece o dia, os primeiros raios de sol iluminam aquela pequena cidade. Escondido por toda a movimentação e barulho da arrumação do povo e sons de mais um dia. Um cãozinho seguia sua vida feliz, fazia seu papel. Perseguia sistematicamente as rodas que invadiam seu território, que ele havia marcado por todos os postes e muros do bairro. Todos os dias, religiosamente, lá estava o cãozinho... Pêlo maltratado, olhar furtivo e atento a todos os movimentos da rua. Certamente lembrava em algum canto de sua memória, o som que reconhecia, quando chamado pelo seu dono. Ele observava e insinuava-se, às crianças que por ali passavam, na esperança de conquistar seu coração. Em seus dias, o cãozinho havia descoberto que não valia muito a pena conquistar os homens... Alguns, até jogavam restos quando passavam, mas as senhoras com bolsas e as crianças, eram bem diferentes! Traziam pães quentinhos e suculentos petiscos e bolinhas de borracha; além de um carinhoso afago acompanhado de doces palavras.
O cãozinho seguia sua vida, indiferente aos problemas da comunidade. Ele já trazia consigo muitas preocupações de um cão. Quando não estava na rua, poderia ser achado em seu lar. Um lugar seguro, em uma sombra; seu lugar predileto. Considerava seu lar uma velha carcaça de kombi, que ficava do lado de fora de uma oficina mecânica do bairro. O cãozinho arrastara consigo alguns trapos de que foram jogados no lixo da rua de cima, e criou um aconchegante ninho para seu pouso noturno, sem esquecer, que do açougue logo em frente, ele conseguia amiúde, pedaços de ossos que preenchiam grande parte da noite, em profundas e intermináveis roídas... E as pulgas, que resolveram fazer do lombo do cãozinho, o seu condomínio!
Certo dia, o cãozinho acordou assustado, fazia muito frio, ele fora despertado com um som desconhecido... Parecia que o mundo estava acabando! O dono da oficina resolveu fazer uma mudança na fachada, e resolveu retirar dali, a velha carcaça... Que tristeza! O cãozinho foi expulso de seu lugar preferido! Sua casa! Seu teto! O pior, sequer teve tempo para arrumar as malinhas! fora enxotado! Seus ossos de estimação, aqueles ossos deliciosos, que para o cãozinho, representavam a sessão coruja! Era seu “video game”, seus trapos,”sua riqueza”! Tudo foi estranhamente para o espaço! Veio uma coisa bizarra com uma imensa corda de aço, e diante dos olhos assombrados do cãozinho, foi subindo, subindo, subindo...Depois a sua casa foi colocada num lugar bem estranho, em cima de um caminhão... O cãozinho ficou olhando triste, sua casa indo embora...Tentou latir em sinal de protesto... Até correu fazendo caninas ameaças, acompanhadas de rosnados... Afinal, a causa era justa! Mas de nada adiantou...O cãozinho, que era bom conhecedor de rodas! Ele mesmo já havia perseguido centenas e centenas de rodas parecidas com aquelas... Mas aquelas, eram bem diferentes! Elas levavam consigo, sua casa! E para um cão que preste, deveria correr bem mais, que as rodas comuns... Foi o que fez o cãozinho...Correu, correu e correu.... Correu tanto, que ficou com a língua de fora.
O cãozinho ficou muito triste! Sentou-se à beira da estrada, com o rabo entre as pernas; entre uma coçada e outra, já que as pulgas, por sua vez, quase foram também expulsas de seu “lar”... Logo começou um novo dia para o cãozinho, que aceitou com dignidade o seu destino...Passou o dia descansando, depois de uma cansativa jornada. Chegou a noite, o cãozinho uivou apaixonadamente para lua... Aceitando o silencioso consolo do luar. O cãozinho deu início ao seu rotineiro ritual de giros e deitou-se sobre o capim e tranqüilamente adormeceu...
Um novo dia amanhece...O cãozinho que tem alma limpa, ou seja, não conhece mágoa, acorda meio assustado com os novos barulhos do lugar... Estica bem as canelas, realizando uma longa espreguiçada, e sai em disparada... Feliz e despreocupado a perseguir novas rodas, fazendo de novo, caninas ameaças, acompanhadas de rosnados intermináveis...
Se você é criança, e encontrar um cãozinho sem dono pela rua, não o maltrate!
Pode ser que ele esteja a procura de um dono ou de sua casinha que foi levada pelas rodas... Quem sabe um dia, todos os cãezinhos que vivem nas ruas do mundo, deixem de ser cães sem dono.
Amanhece o dia, os primeiros raios de sol iluminam aquela pequena cidade. Escondido por toda a movimentação e barulho da arrumação do povo e sons de mais um dia. Um cãozinho seguia sua vida feliz, fazia seu papel. Perseguia sistematicamente as rodas que invadiam seu território, que ele havia marcado por todos os postes e muros do bairro. Todos os dias, religiosamente, lá estava o cãozinho... Pêlo maltratado, olhar furtivo e atento a todos os movimentos da rua. Certamente lembrava em algum canto de sua memória, o som que reconhecia, quando chamado pelo seu dono. Ele observava e insinuava-se, às crianças que por ali passavam, na esperança de conquistar seu coração. Em seus dias, o cãozinho havia descoberto que não valia muito a pena conquistar os homens... Alguns, até jogavam restos quando passavam, mas as senhoras com bolsas e as crianças, eram bem diferentes! Traziam pães quentinhos e suculentos petiscos e bolinhas de borracha; além de um carinhoso afago acompanhado de doces palavras.
O cãozinho seguia sua vida, indiferente aos problemas da comunidade. Ele já trazia consigo muitas preocupações de um cão. Quando não estava na rua, poderia ser achado em seu lar. Um lugar seguro, em uma sombra; seu lugar predileto. Considerava seu lar uma velha carcaça de kombi, que ficava do lado de fora de uma oficina mecânica do bairro. O cãozinho arrastara consigo alguns trapos de que foram jogados no lixo da rua de cima, e criou um aconchegante ninho para seu pouso noturno, sem esquecer, que do açougue logo em frente, ele conseguia amiúde, pedaços de ossos que preenchiam grande parte da noite, em profundas e intermináveis roídas... E as pulgas, que resolveram fazer do lombo do cãozinho, o seu condomínio!
Certo dia, o cãozinho acordou assustado, fazia muito frio, ele fora despertado com um som desconhecido... Parecia que o mundo estava acabando! O dono da oficina resolveu fazer uma mudança na fachada, e resolveu retirar dali, a velha carcaça... Que tristeza! O cãozinho foi expulso de seu lugar preferido! Sua casa! Seu teto! O pior, sequer teve tempo para arrumar as malinhas! fora enxotado! Seus ossos de estimação, aqueles ossos deliciosos, que para o cãozinho, representavam a sessão coruja! Era seu “video game”, seus trapos,”sua riqueza”! Tudo foi estranhamente para o espaço! Veio uma coisa bizarra com uma imensa corda de aço, e diante dos olhos assombrados do cãozinho, foi subindo, subindo, subindo...Depois a sua casa foi colocada num lugar bem estranho, em cima de um caminhão... O cãozinho ficou olhando triste, sua casa indo embora...Tentou latir em sinal de protesto... Até correu fazendo caninas ameaças, acompanhadas de rosnados... Afinal, a causa era justa! Mas de nada adiantou...O cãozinho, que era bom conhecedor de rodas! Ele mesmo já havia perseguido centenas e centenas de rodas parecidas com aquelas... Mas aquelas, eram bem diferentes! Elas levavam consigo, sua casa! E para um cão que preste, deveria correr bem mais, que as rodas comuns... Foi o que fez o cãozinho...Correu, correu e correu.... Correu tanto, que ficou com a língua de fora.
O cãozinho ficou muito triste! Sentou-se à beira da estrada, com o rabo entre as pernas; entre uma coçada e outra, já que as pulgas, por sua vez, quase foram também expulsas de seu “lar”... Logo começou um novo dia para o cãozinho, que aceitou com dignidade o seu destino...Passou o dia descansando, depois de uma cansativa jornada. Chegou a noite, o cãozinho uivou apaixonadamente para lua... Aceitando o silencioso consolo do luar. O cãozinho deu início ao seu rotineiro ritual de giros e deitou-se sobre o capim e tranqüilamente adormeceu...
Um novo dia amanhece...O cãozinho que tem alma limpa, ou seja, não conhece mágoa, acorda meio assustado com os novos barulhos do lugar... Estica bem as canelas, realizando uma longa espreguiçada, e sai em disparada... Feliz e despreocupado a perseguir novas rodas, fazendo de novo, caninas ameaças, acompanhadas de rosnados intermináveis...
Se você é criança, e encontrar um cãozinho sem dono pela rua, não o maltrate!
Pode ser que ele esteja a procura de um dono ou de sua casinha que foi levada pelas rodas... Quem sabe um dia, todos os cãezinhos que vivem nas ruas do mundo, deixem de ser cães sem dono.