UM PASSARINHO DIFERENTE!
Era início de outubro, a mãe passarinha atenta no ninho, pois por lá, havia três grandes ovos para cuidar. Com a cabeça para fora do ninho relembrava da árdua tarefa de defender seus ovos e filhotes daqueles que deles, queriam fazer o seu jantar.
Mamãe passarinha expulsava todos que do seu ninho se aproximavam. Agora chegara a hora da recompensa, a hora de poder olhar e ver seus filhotes boquiabertos pedindo comida, sentir a cada instante o desenvolvimento de cada um deles. Os filhotes todos muito saudáveis, comilões. A mãe já estava ficando exausta de tanto ir e vir ao ninho com comida no bico para seus filhos.
Um mês depois a passarinha mãe, permitiu que os filhotes saíssem pela primeira vez do ninho. Um deles não quis sair. A mãe achou aquilo muito estranho, mas respeitou a vontade do filho. Ensinou aos outros dois como se equilibrar nos galhos, andou com eles por um pequeno pedaço e voltaram para o ninho.
Quando chegaram, os filhotes foram logo contar ao irmão o que haviam visto. Falaram das árvores, das outras aves que voavam feito nuvem e de como foi "bacana" ver a mãe deles, num voo lindo! O filhote ouvia tudo, seus olhos brilhavam de curiosidade e de vontade de poder também sentir aquilo tudo.
Mamãe passarinha se aproximou do filhote medroso e perguntou - Por que não quis ir ver o mundo? O filhote olhou para sua mãe meio que constrangido e disse:
- Mãe, não sou como meus irmãos. Sou diferente, nesta minha patinha faltam dois dedinhos.
A mãe sorriu para o filho e sabiamente respondeu:
- O DIFERENTE NÃO É NECESSARIAMENTE INEFICIENTE e, se colocou num canto do ninho a pensar... Minutos depois, a mãe conversou com o filho.
-Sei que vai ser muito difícil para você, principalmente quando for agarrar e pousar nos galhos das árvores, mas nada é impossível quando lá de dentro de nós, buscamos a força necessária para que algo aconteça. Para os passarinhos meu filho, voar é mesmo fundamental.
Os dias foram se passando, os filhotes crescendo, quando então, a mãe chamou seus filhos e disse: Hoje será um grande dia! Ensinarei a vocês como voar. Ah! Voar... , disse um dos filhotes. Sim, hoje meus filhos, poderão ganhar os céus, brincar por entre as nuvens, voar para nós passarinhos é a coisa mais importante.
O filhote diferente estava apreensivo, na verdade na sua face todos podiam ver o medo, o pavor da ideia de voar, pois não se sentia apto para se jogar lá de cima da árvore.
Mamãe passarinha ensinou então, com todos ainda no ninho como deveriam fazer. - Abram bem suas asas, movimentem bem forte para cima e para baixo, até que seu peso fique cada vez mais leve, para só então, iniciarem o voo.
Todos ouviram tudo com muita atenção. A mãe chamou um dos filhotes, vai meu filho voe, ganhe sua liberdade. O filhote já na pontinha do galho fechou os olhos, olhou para sua mãe como se fosse a última e se jogou ninho a baixo todo desengonçado. Lá de cima a mãe gritou “bata as asas filhinho” e o filhote obedeceu orientando o voo.
Foi a sensação mais gostosa que ele havia experimentado quando voltou, abraçou a sua mãe e ainda eufórico disse aos irmãos:
- Vocês não têm ideia, maluco!
Agora sua vez, falou “Mamãe passarinha” para o segundo filho que já estava agarrado a ela. O filhote imitou o irmão e se jogou árvore a baixo. Ele conseguiu, ele conseguiu... Gritava feliz da vida, a mamãe passarinha.
Por último chegou à vez do terceiro filhote, ele não sabia como sair do ninho, a mãe tentou ajudá-lo, os irmãos incentivaram, mas nada fez com que ele conseguisse sair. Dias se passaram, a mãe sentia-se cada vez mais preocupada com seu filhote, sempre que podia conversava com ele, da necessidade dele voar.
Um mês depois, a mamãe passarinha convidou os seus dois filhotes para sua primeira caçada e saiu com os dois filhotes do ninho. Voaram para bem longe. Os filhotes faziam piruetas no ar, pulavam de galhos em galhos, até que um inseto apareceu.
A hora é essa meninos, vamos pegar a nossa comida! Os passarinhos partiram juntos de sua mãe, que mostrava para os dois, detalhes de como se aproximar e quais as partes de suas presas que deveriam sempre evitar. Foi mesmo uma festa, abateram o inseto, levaram para um lugar seguro e se deliciaram com o primeiro almoço conquistado com suas próprias asinhas.
Já era tarde, haviam guardado um pedaço de alimento para o irmão que ficara no ninho, assim, retornaram para casa. Ao chegarem aquele espanto, o ninho estava vazio, a mãe desesperada gritou pelo seu filho, desceu até o chão, procurou próximo à árvore, pensando que pudesse ter caído, mas não viu vestígios de seu filhote. Imaginou então, que algum predador pudesse tê-lo devorado.
No ninho triste a pensar, percebeu que isso não tinha sentido, não havia sangue nem penas no ninho e ficou se perguntando... O que aconteceu com meu filho?
Todos já estavam se aprontando para dormir, quando um barulho despertou a família, um vento forte foi se aproximando, ao olharem em direção do vento, o terceiro filhote batia suas asinhas freneticamente, carregando um pequeno inseto no bico.
Ele não conseguia pousar. Mamãe passarinha vendo aquilo, mesmo sabendo do perigo, pediu para seus dois outros filhos: - Saiam rápido do ninho, o seu irmão precisa pousar e finalmente o filhote herói chegou à sua casa.
Antes de dormirem, o filhote disse baixinho para os irmãos: muito difícil para mim, pousar nos galhos das árvores, mas vocês não imaginam como foi fácil voar! Fui longe, além das montanhas.
Encontrei águas que rolavam das pedras lá, conheci muitos amigos, alguns inimigos também. Vi o colorido da floresta e aprendi que posso pousar com apenas uma das minhas perninhas.
Naquela noite a família dormiu frente à grande lua prateada, na certeza de que o outro dia seria ainda mais bonito!
Era início de outubro, a mãe passarinha atenta no ninho, pois por lá, havia três grandes ovos para cuidar. Com a cabeça para fora do ninho relembrava da árdua tarefa de defender seus ovos e filhotes daqueles que deles, queriam fazer o seu jantar.
Mamãe passarinha expulsava todos que do seu ninho se aproximavam. Agora chegara a hora da recompensa, a hora de poder olhar e ver seus filhotes boquiabertos pedindo comida, sentir a cada instante o desenvolvimento de cada um deles. Os filhotes todos muito saudáveis, comilões. A mãe já estava ficando exausta de tanto ir e vir ao ninho com comida no bico para seus filhos.
Um mês depois a passarinha mãe, permitiu que os filhotes saíssem pela primeira vez do ninho. Um deles não quis sair. A mãe achou aquilo muito estranho, mas respeitou a vontade do filho. Ensinou aos outros dois como se equilibrar nos galhos, andou com eles por um pequeno pedaço e voltaram para o ninho.
Quando chegaram, os filhotes foram logo contar ao irmão o que haviam visto. Falaram das árvores, das outras aves que voavam feito nuvem e de como foi "bacana" ver a mãe deles, num voo lindo! O filhote ouvia tudo, seus olhos brilhavam de curiosidade e de vontade de poder também sentir aquilo tudo.
Mamãe passarinha se aproximou do filhote medroso e perguntou - Por que não quis ir ver o mundo? O filhote olhou para sua mãe meio que constrangido e disse:
- Mãe, não sou como meus irmãos. Sou diferente, nesta minha patinha faltam dois dedinhos.
A mãe sorriu para o filho e sabiamente respondeu:
- O DIFERENTE NÃO É NECESSARIAMENTE INEFICIENTE e, se colocou num canto do ninho a pensar... Minutos depois, a mãe conversou com o filho.
-Sei que vai ser muito difícil para você, principalmente quando for agarrar e pousar nos galhos das árvores, mas nada é impossível quando lá de dentro de nós, buscamos a força necessária para que algo aconteça. Para os passarinhos meu filho, voar é mesmo fundamental.
Os dias foram se passando, os filhotes crescendo, quando então, a mãe chamou seus filhos e disse: Hoje será um grande dia! Ensinarei a vocês como voar. Ah! Voar... , disse um dos filhotes. Sim, hoje meus filhos, poderão ganhar os céus, brincar por entre as nuvens, voar para nós passarinhos é a coisa mais importante.
O filhote diferente estava apreensivo, na verdade na sua face todos podiam ver o medo, o pavor da ideia de voar, pois não se sentia apto para se jogar lá de cima da árvore.
Mamãe passarinha ensinou então, com todos ainda no ninho como deveriam fazer. - Abram bem suas asas, movimentem bem forte para cima e para baixo, até que seu peso fique cada vez mais leve, para só então, iniciarem o voo.
Todos ouviram tudo com muita atenção. A mãe chamou um dos filhotes, vai meu filho voe, ganhe sua liberdade. O filhote já na pontinha do galho fechou os olhos, olhou para sua mãe como se fosse a última e se jogou ninho a baixo todo desengonçado. Lá de cima a mãe gritou “bata as asas filhinho” e o filhote obedeceu orientando o voo.
Foi a sensação mais gostosa que ele havia experimentado quando voltou, abraçou a sua mãe e ainda eufórico disse aos irmãos:
- Vocês não têm ideia, maluco!
Agora sua vez, falou “Mamãe passarinha” para o segundo filho que já estava agarrado a ela. O filhote imitou o irmão e se jogou árvore a baixo. Ele conseguiu, ele conseguiu... Gritava feliz da vida, a mamãe passarinha.
Por último chegou à vez do terceiro filhote, ele não sabia como sair do ninho, a mãe tentou ajudá-lo, os irmãos incentivaram, mas nada fez com que ele conseguisse sair. Dias se passaram, a mãe sentia-se cada vez mais preocupada com seu filhote, sempre que podia conversava com ele, da necessidade dele voar.
Um mês depois, a mamãe passarinha convidou os seus dois filhotes para sua primeira caçada e saiu com os dois filhotes do ninho. Voaram para bem longe. Os filhotes faziam piruetas no ar, pulavam de galhos em galhos, até que um inseto apareceu.
A hora é essa meninos, vamos pegar a nossa comida! Os passarinhos partiram juntos de sua mãe, que mostrava para os dois, detalhes de como se aproximar e quais as partes de suas presas que deveriam sempre evitar. Foi mesmo uma festa, abateram o inseto, levaram para um lugar seguro e se deliciaram com o primeiro almoço conquistado com suas próprias asinhas.
Já era tarde, haviam guardado um pedaço de alimento para o irmão que ficara no ninho, assim, retornaram para casa. Ao chegarem aquele espanto, o ninho estava vazio, a mãe desesperada gritou pelo seu filho, desceu até o chão, procurou próximo à árvore, pensando que pudesse ter caído, mas não viu vestígios de seu filhote. Imaginou então, que algum predador pudesse tê-lo devorado.
No ninho triste a pensar, percebeu que isso não tinha sentido, não havia sangue nem penas no ninho e ficou se perguntando... O que aconteceu com meu filho?
Todos já estavam se aprontando para dormir, quando um barulho despertou a família, um vento forte foi se aproximando, ao olharem em direção do vento, o terceiro filhote batia suas asinhas freneticamente, carregando um pequeno inseto no bico.
Ele não conseguia pousar. Mamãe passarinha vendo aquilo, mesmo sabendo do perigo, pediu para seus dois outros filhos: - Saiam rápido do ninho, o seu irmão precisa pousar e finalmente o filhote herói chegou à sua casa.
Antes de dormirem, o filhote disse baixinho para os irmãos: muito difícil para mim, pousar nos galhos das árvores, mas vocês não imaginam como foi fácil voar! Fui longe, além das montanhas.
Encontrei águas que rolavam das pedras lá, conheci muitos amigos, alguns inimigos também. Vi o colorido da floresta e aprendi que posso pousar com apenas uma das minhas perninhas.
Naquela noite a família dormiu frente à grande lua prateada, na certeza de que o outro dia seria ainda mais bonito!