O vendedor mirim

Edgar era um menino muito pobre. Apesar de ser tão pequeno ainda, nove anos apenas...

Ajudava muito nas despesas de casa, vendendo amendoins, pirulitos, e maçãs do amor, que a sua mãe Julia fazia no final da tarde, pois a mesma

trabalhava, lavando e passando roupas. Não que ela o obrigasse, foi ele mesmo que ofereceu a ajudá-la.

O seu pai Daniel falecera quando o seu irmão caçula ainda estava na barriga da mãe. Eram três filhos: Elisabete, a do meio e o caçula Eder.

Então, nas horas vagas depois que chegava da escola, não tinha muito tempo para brincar, já sentia responsável, pegava o tabuleiro de pirulito e saía vendendo: __ Olha o pirulito quem quer comprar?

Quando havia circo montado nas redondezas do seu bairro, sua mãe

Torrava amendoim e fazia maçãs do amor para ele vender na saída do circo, mas o lucro era pequeno, mesmo assim ele fazia aquilo com satisfação.

No final das vendas a sua mãe lhe dava alguns trocados e o Edgar não pensava duas vezes.colocava num cofrinho que ele tinha de barro no formato de porquinho e escondia debaixo das suas roupas no guarda roupa e pensava ... quem sabe um dia poderia comprar um brinquedo que ele gostasse, uma bicicleta talvez...

Um dia Edgar estava dormindo, acordou com os soluços da mãe, levantou-se e foi saber o por quê, a encontrou chorando e maldizendo-se da sorte, pois não era assim o que ela queria para os seus filhos, tão pobre que mal podia comprar roupas e calçados “,a maioria ganhava usados”.

O que ganhava dava muito mal para comer e pagar as contas.

Não pagava aluguel, ainda bem, ela agradecia á Deus por ter um barraco dela mesma na favela.

__Pode deixar mamãe...um dia quando eu for grande e poder ganhar melhor

a gente vai viver bem.

Nesse instante, ouviu-se um barulho, músicas num auto falante anunciando:

__Parque de diversões Fantástico! Venham e tragam toda á família!

Temos carrossel, roda gigante, chapéu mexicano, barracas de jogos e muitos prêmios!

Edgar correu para ver de onde vinha aquele carro de som alucinante...

Surpreso viu um clarão muito próximo a sua rua, era o parque de diversões

já montado , iluminado de luzes de várias cores e funcionando.

Animou-se:

__Vou vender maçãs do amor, e amendoim!

No outro dia era sábado, a tarde lá foi ele todo animado assoviando, chegando lá ficou impressionado com tanta beleza e animação, ficou deslumbrado:__Nossa quanta gente, é hoje que vendo todos os meu amendoins e maçãs do amor!

Logo montou um tabuleiro, quando começou a vender, chegou um empregado do parque e falou:__

__Ei moleque você aí trate de tirar o seu tabuleiro daí, pois é proibido estranho vender qualquer coisa, aqui já tem barracas que vendem de quase tudo!

_desculpe moço, eu não sabia, quem lhe disse isso?

__Foi o dono do Parque...

__ E quem é o dono, posso falar com ele?__Não ele é muito ocupado!

E não pode lhe dá atenção!

Nesse instante chegou o dono.

_Que está acontecendo aqui?

O menino tristonho e cabisbaixo,silenciou. O empregado respondeu-lhe:

__ Sr Jarbas, eu estava acabando de falar para ele, que é proibido

vender coisas aqui, que não pertença ao Parque.

O menino quase chorando pediu-lhe:

__Por favor sr Jarbas deixe-me ficar, eu preciso tanto!

Explicou sua situação, o sr. Jarbas ficou comovido com a sua história e deixou que ele vender-se ali suas deliciosas guloseimas. Ele ficou tão contente, satisfeito e nem sabia ele o que estava pensando o sr Jarbas...

Em deixá-lo montar uma barraca fixa, enquanto estivesse por ali naquele local.

Quando não tinha ninguém comprando, ficava observando os brinquedos, divertia-se somente em olhar e ficava pensando..._Um dia se eu puder...vou fechar esse Parque só pra eu brincar á vontade até enjoar!

Passando algum tempo...

_Sr Jarbas, eu juntei algum dinheiro no meu cofrinho, acho que já tenho o suficiente para dar umas voltinhas nos brinquedos, posso? Mas o sr vai ter que fechar, pois quando estar funcionando, eu estou trabalhando!

__Mas Edgar não faça isso! Guarde o seu dinheiro para outra ocasião, eu deixo você brincar em todos os brinquedos, venha um dia mais cedo, tragas os seus irmãozinhos, sua mãe, que eu peço ao pessoal que trabalha aqui para fazer funcionar tudo, especialmente para você!

_Oba! Edgar saiu correndo muito alegre para contar em casa a novidade.

Pois é...O Edgar tinha amolecido profundamente o coração do sr Jarbas, antes tão duro, rude e sovina, até os empregados estranharam a mudança dele.

Num sábado á tarde bem mais cedo do que de costume, lá estava ele com a sua família, todo eufórico...Foi uma alegria geral , o três, não se contentavam com um volta só:

__Outra vez...mais outra. Rodaram em tudo que podia.

Enquanto isso, o Sr Jarbas chamou a mãe deles para uma conversa...

Chegou a hora de acabar com as brincadeiras, nunca aquelas pobres crianças divertiram-se tanto!

Quando foi agradecer ao sr Jarbas...

__Adorei isto, é melhor que circo! Aqui a gente participa e diverte, no circo só diverte!

__Agora Edgar tenho uma surpresa para você! Estive conversando com a sua mãe, daí por você ter me falado a verdade e ser um menino trabalhador e esperto, vou arranjar um emprego para a sua mãe , aqui numa barraca e você apenas ajuda ta? Porque vou apadrinhar, para que você possa estudar muito e no futuro ser um homem capacitado para o trabalho e quem sabe rico não, mas proprietário de um Parque que nem esse!

__Oba! Gritou os três ao mesmo tempo.

_Só que vocês terão que ir onde o Parque de diversão for, vou ter que colocar vocês em escolas diferentes, naquelas que os filhos dos que trabalham viajando por todos os lugares tem o direito de freqüentar! Disse o Edgar:

__Sou muito grato por tudo, que Deus lhe ajude!

Dora Duarte
Enviado por Dora Duarte em 13/02/2009
Reeditado em 13/02/2009
Código do texto: T1437079
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