NOS GALHOS DE UMA CLAREIRA - Poema de Tchello d'Barros
NOS GALHOS DE UMA CLAREIRA
Nos galhos de uma clareira
Lá detrás das colinas
No bosque dos pássaros
E das águas cristalinas
Ali no bosque tranqüilo
Vive-se em harmonia
São tantos os passarinhos
A cantar com alegria
Quando o dia vem nascendo
Ouvem-se pios de montão
São assovios e trinados
Parece competição
O Sabiá é o primeiro
Canta ao nascer da aurora
Depois vem o Bem-te-vi
Ninguém quer ficar de fora
Canta alto o João-de-barro
Lá de cima da casinha
Pra acordar um Pardal
Que dorme uma sonequinha
O Curió abriu os olhos
Ainda estava com soninho
Viu o bico do Tucano
Que voava ali pertinho
A Corruíra se acordou
Ainda estava espreguiçando
Pensou serem as estrelas
Os Vaga-lumes piscando
O Papagaio no seu galho
Sonhava estar voando
E quase caiu da árvore
Mas estava só sonhando
Há uns que dormem pendurados
Até que o dia anoiteça
Os Morcegos esquisitos
Dormem de ponta-cabeça
Mas com o nascer-do-sol
Voa o Canário cantando
E as Andorinhas avisam
Que o dia vem raiando
No ninho do Beija-flor
Ouviu-se um piado fininho
Foi surpresa na clareira
Nasceu mais um filhotinho
A sombra de um gavião
Causou à todos temor
Ele queria raptar
O filhote Beija-flor
Ficaram todos com medo
E salve-se quem puder
Esse Gavião é grande
Enfrentá-lo ninguém quer
A Coruja inteligente
Ensinou-lhes a lição
Se ficarem todos juntos
Vão vencer o Gavião
E assim foi dito-e-feito
Ele ficou derrotado
Os pássaros todos juntos
Enxotaram o malvado
Os pequenos passarinhos
Cantavam essa canção
Na vida ninguém é fraco
Quando existe a união
Cantavam assim felizes
Foi assim a tarde inteira
No bosque dos passarinhos
Nos galhos de uma clareira
Tchello d'Barros
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