STARLUX E DALVALUZ

Desde que nascera, Dalvaluz teve que bilhar.

As estrelas quando nascem, são diferentes das crianças.

Não choram como os bebês, mas acendem as suas luzinhas.

Dalvaluz pertencia à mais nova geração de estrelinhas cintilantes, prontas a revolucionar as luzes do céu. Tinham que brilhar mais!

Todo reveillon, a constelação de Dalvaluz viajava milhões de anos luz, na tentativa de alcançar o sol, para dele retirar o maior brilho possível.

-Brilharemos como a maior estrela da galáxia, Dalvaluz!

Era o que lhe dizia sua amiguinha, Starlux.

Dalvaluz nunca acreditou muito nessa estória, imagina , onde já se vira estrelinhas tão pequenas quanto elas, brilharem como o sol, um baita dum estrelão?

Mas nunca conseguiu convencer Starlux!

Na verdade, Dalvaluz gostava é de ser ela mesma! O seu brilho já lhe bastava para iluminar o céu juntamente com as luzes das suas amiguinhas de outras constelações.

-Não precisamos de mais, luz, Starlux! A que temos já nos basta!

Mas certa noite, antes da chegada do ano novo, Starlux, que não parava quieta nunca, teve uma grande idéia. E carregou Dalvaluz!

Dizia a lenda da galáxia, que na passagem do ano pelo céu, logo depois além da estrela de Belém, o sol dormia, e roncava lá no infinito.

Então, pensava Starlux, seria só esperar o ronco do sol, e pumba!, voariam até lá e nele se superacenderiam.

-Seremos as mais brilhantes da galáxia, Dalvaluz!

E assim se prepararam para a viagem de reveillon.

Ao ouvirem o ronco do Sol, zum!!, voaram num segundo para a imensidão, mas ao dele se aproximarem , despencaram espaço abaixo da galáxia...impulsionadas pela força daquele ronco!

Nunca mais voltaram para casa, e a constelação das estrelinhas, jamais brilhou como antes.

Diz a lenda moderna, que até hoje as estrelinhas estão a cair!

E que bem à meia noite do ano novo, Satrlux e Dalvaluz podem ser vistas de mãos dadas, a iluminar o ceú como duas estrelinhas cadentes.

Estrelinhas que sonhavam brilhar...mais do que poderiam.

Nota do autor: Por favor, à meia noite, olhem para os céus! Embora cadentes, os sonhos sempre brilham.