Candy - Capítulo 1
Capítulo 1:
Passado no Presente
2008, NEW YORK.
Era tarde de sábado, no pesado outono de New York, e nem como toda criança de 12 anos, Angeline Burk estava deitada em sua cama trancada no quarto desde o almoço. Lá fora pássaros cantavam uma música incessante, o sol brilhava forte e a brisa - que balançava incessantemente os galhos de arvore - amenizava o calor, estava um dia perfeito para brincar, o que todas as outras crianças faziam menos Angeline. Ela estava com a cabeça pousada em suas mãos, e mascava um chiclete, apontou seu olhar para o relógio posto numa estante à sua frente - de madeira velha, mas conservada - marcava 4:30. Ela achava a vida entediante, e estava sempre de cara fechada. Sua mãe, Mary Burk, achava aquilo normal, achava que era apenas uma fase, Andrew Burk, seu pai, havia morrido há um ano, foi quando Angeline se fechou para o mundo, parou tudo: de comer, de brincar com amigos, de fazer amigos. Seguramente, com a perda de seu pai a garota havia sofrido muito e ainda não havia se recuperado do trauma, o que ela não admitia.
- Não estou traumatizada, estou bem!
- Afirmava a sua psicóloga.
Levantou-se da cama e seus longos cabelos loiros deslizaram por suas costas, estava cedo, mas, ela já estava de camisola, moveu-se até seu armário como um zumbi vai até uma vítima e abriu-o retirando um vestido roxo, o primeiro que encontrou, e o vestiu rápido pegou duas fitas de cetim também roxas e amarou seus cabelos em duas Marias-Chiquinhas, cujas pontas chegavam a tocar o chão, calçou sandálias pretas e saiu de seu quarto com sua expressão de fastio. Ia em direção em porta da cozinha, que dava para o jardim, e alguém estava lá, dentro de um avental, sentada numa cadeira enquanto tirava uma faca da gaveta e separava alguns legumes.
- Filhinha, aonde você via?
- disse a senhora Burk amavelmente, enquanto já preparava o jantar.
- Dar uma volta.
- Disse sem nem olhar para sua mãe.
- Volte antes do jantar, está bem querida? Hoje teremos macarronada, seu prato favorito.
- disse pondo o macarrão dentro de uma panela com água fervente.
- Tudo bem.
- disse Angeline sem emoção, sempre olhando para frente.
Ela saiu pela porta da cozinha.
- Essa minha filhinha, sempre amável.
- disse a senhora Burk.
Angeline Burk caminhava pelo parquinho não muito distante de sua casa olhando as últimas crianças indo embora junto com sol, ela sentia que não era bem vinda, que todos saíram, simplesmente porque ela havia chegado. Ela sempre se sentia assim, como se o mundo a rejeitasse, pelo simples fato de não ter o seu pai, realmente ela o amava muito, não saia de seu pé.
Olhava agora pro céu, pensativa quando ouve um barulho estranho, instintivamente, olhou para o lado e viu uma garotinha loira linda que emanava uma luz estranha, e mantinha seus olhos róseos bem arregalados em direção de Angeline, não pode ser aquela era...
- Não Angeline, você deve estar ficando maluca.
- pensava consigo mesma.
Fechou os olhos e abalançou a cabeça negativamente, tentando espantar aqueles pensamentos, estava enlouquecendo? Não, não podia ter visto aquela garotinha sorridente, não era possível. Olhou novamente rumo ao aos arbustos não estava mais lá.
- Viu? Foi só uma alucinação, tudo bem...
- se consolava.
Continuou a caminhar de braços cruzados, como na maioria das vezes o fazia, mas tropeçou em algo, ou alguém, ao julgar pelos cabelos era do sexo feminino.
- Garota, vê se olha por onde anda!
- disse Angeline se levantando e se limpando.
- Vê como se trata Angeline.
- disse a garotinha, que fixou seu olhar nos da loira, ambos róseos.
- Você de novo...
- Eu não, você...
- disse simplesmente.
- Quem é você...
- perguntou Angeline, já sabia a resposta.
- Ah, você sabe, Angeline...
- dizia enquanto rodeava Angeline correndo se dando risadinhas.
- Isso, não pode tá acontecendo, isso com certeza é um sonho!
- a garotinha belisca Angeline.
- Você tá ficando louca, isso dói!
- Viu não é um sonho!
Era verdade, não um sonho para desgosto de Angeline.
- Eu...
- disse sorrindo.
- Sou você!
- Mas como? Como eu, você sei lá, está aqui? Como meu passado veio até o Presente?
- Não, Angel, você é meu Futuro! E eu não sou passado!
- Como eu não me lembro de ter ido pro futuro? Como-
- Tá, tá, chega de perguntas, eu vim aqui pra dizer que seu mundo corre perigo...
- E porque você veio aqui falar comigo? Fala com o presidente ou com o Papa, sei lá!
- Você tem que ser a super heroína, sabe derrotar o mal e tudo mais...
- Nem morta eu vou virar uma super-heroína, com aquela roupinha coladinha e tudo mais... Blergh!
- disse colocando o indicador na boca demonstrando desaprovação.
- De jeito nenhum.
- Mas o seu futuro, voltou no meu presente e disse que o mundo ai acabar se eu não viesse te avisar, que é para você aceitar me proposta, e acredite você se arrependerá e irá voltar no meu presente... Então, é melhor você aceitar agora, porque senão no próximo mês você irá voltar no passado e outra eu vai voltar aqui!
- a loirinha disse isso tudo muito rápido.
- Hmm, o quê?
- não havia ouvido uma palavra se quer.
- Ah, esquece! Eu não sabia que eu ia ficar tão burra quando crescer.
- resmungou.
- Como é que é?
- tentou pega-la pela gola do vestido azul que usava, mas sua mão atravessou a garota.
- Você não pode me machucar, bela idéia do seu eu futuro...
- disse mexendo em sua pulseira.
- E se eu recusar?
- disse elevando a sobrancelha direita.
- Aí então...
- iniciou calmamente.
- Daqui a um mês você vai voltar aos seus seis anos para me mandar para os seus doze.
- E se não voltar?
- Disse abaixando a sobrancelha direita e erguendo a esquerda.
- Acredite você vai voltar...
- Ah, tá bom eu viro sua super-heroína...
- Angeline nem acreditava no que estava dizendo.
- Mas sem esse negócio de roupinha e tal...
- Que legal! Agora pega esse colar aqui...
Disse isso e pegou o colar de seu pescoço e o tirou, e o jogou para Angeline o pingente do colar parecia um...
- Pirulito?
- disse Angeline incrédula.
- Aham, o nome dele é Lolipop!
- disse com um sorriso
Continua...
...
"O que você faria se visse fosse na sua frente?"