O TATU CANASTRA, SOLDADO DO REI
(Versinhos que eu faço para minhas sobrinhas Sofia, Talita, Luisa e Alice.)
O tatu Severino, Canastra de raça
Desde pequenino Sonhava ser praça.
Aos dezoito anos No quartel se alistou
O sargento Herculano Tudo lhe ensinou.
Porém não lhe disse Que banho é saudável
Foi por caduquice, Isto é lastimável.
Severino o soldado, Do imperador
Sozinho o coitado Não tinha um amor.
Nos dias de festa Com a farda de gala,
Trazia na testa O boné de pala.
Sua única camisa,
Toda enxadrezadaNem tinha divisa, Era remendada.
Ninguém agüentava Sua vizinhança,
Seu cheiro arrasava Toda a militança.
Até que um dia no rio caiu
Pra sua alegria quando ele saiu.
Não tinha fedor, não cheirava mal
Isso o agradou, foi sensacional,
A tropa aplaudia o novo soldado
Que não mais fedia, que estava mudado.
(Hull de La Fuente)