O Elefantinho Caiu Na lama
Pai e filha sentaram-se juntos no sofá após o jantar:
—Pai! Tive um sonho muito legal ontem à noite.
— Então conta que quero ouvir!
— Posso começar?
— Claro! Estou esperando!
Com alegria a menina se posicionou de lado, olhando para o pai e começou a contar o sonho sonhado na noite anterior.
—Sonhei com o A.
—Com o A?
— O A quis me abraçar e não parava de assoviar. (falava e ria a valer) Então ouvi alguém falar: “Bobinha, eu quero ti beijar”. Olhei, era o B. Ao lado dele, o C chamou a atenção: “Ei cara, corta essa”. “Deixa Disso...” disse o D. Iam chegando as letrinhas e cada uma falava alguma coisa. De repente fizeram um circulo ao redor de mim e rodaram, rodaram, rodaram! Quando fiquei tonta, elas pularam e entraram todas na minha cabeça.
—Acabou? Questionou o pai.
—Não! Claro que não! Depois disso, comecei a escrever versinhos. Quer ouvir um?
—Claro!
No jardim da minha casa
Os besouros têm um ninho
Não demora vai nascer
Um bocado de besourinhos.
—Muito bom!!!
Quer ouvir outro?
—Sim.
Subindo para o meu quarto
Ouvi passos atrás de mim.
Eram os passos da mamãe,
Que subia pela escada
Para dizer-me boa noite.
—Mas não rimou.
—Mas é bonito. Não é?
—É sim.
—Pai, me conta de novo aquela história do elefantinho.
—Tudo bem, mas tem de se deitar primeiro.
—Mas tem de ser em versinhos.
Certo dia na floresta, para comemorar o dia dos filhotinhos,
Decidiram fazer uma grande festa.
Uma festa infantil só para os bichinhos,
Seriam convidados todos os pequeninos e também seus amiguinhos.
Todos foram convidados,
Bichinhos, bichos e bichões
Não importava se eram filhotes de águia,
De tartarugas, de cobras ou de leões.
Não demorou muito,
Chegou o convite para o bebê elefantinho.
O qual de tão feliz que ficou,
Para não faltar à festa,
Mamou e dormiu direitinho.
Chegou o dia esperado e mamãe elefante falou ao filhote:
Darei em você um belo banho, mas se você se sujar antes da hora...
Hum...Franzindo a testa.
Mesmo que você chore e esperneie,
Não iremos à festa.
Mamãe elefanta levou o elefantinho até um rio próximo e...
Usando a tromba como uma mangueira
Lavou o seu amado filhotinho
Com esfrega, esfrega e carinho dos pés à orelha.
Na hora chegada
Ambos se puseram a caminho,
O elefantinho não parava de correr
De lá, pra cá. De cá, pra lá
Corria até ficar longe, porém, logo estava pertinho.
Mamãe elefante não parava de chamar a atenção dele
Cuidado! Você pode se sujar.
Quando de repente... Após tropeçar,
O nosso amiguinho caiu numa poça de lama
Em frente da mamãe elefante que disse:
Vai já para casa e para a cama!
Não mamãe! Sinto muito! Eu não faço mais! Eu prometo...
Mamãe elefante, olhou para ele, agarrado em sua pata...
Chegariam atrasados, mas...
Mãe é mãe. Não é um saco de batatas.
Mãe tem sentimentos,
Por isso levou-o até o rio para outro banho lhe dar.
O bichinho arrependido e depois de ter prometido,
Esperou chegar na festa para então se pôr a brincar.
Na festa, ele brincou muito.
Quase nem se lembrou da comilança.
Você sabe, festa é festa...
Mas criança quando brinca...
Brinca muito e não se cansa.
No retorno para casa
Depois de tantas estripulias
O bichinho, de cansado, quase dormiu.
Mas em meio ao caminho
Vendo a mesma poça de lama... Não resistiu.
Saiu correndo velozmente.
Saltou sobre ela e deslizou...
Primeiro de costas e depois de frente.
Dessa vez... A mamãe não deu a mínima
Para aquela estripulia,
Pois, só de ver a felicidade do elefantinho
Encheu-se de alegria
E se preciso fosse...
Antes de dormir...
Outro banho lhe daria.
Ao terminar a história, o pai olhou para a filhinha e ela já estava dormindo profundamente. Cobriu-a com a coberta e deu-lhe um beijo, assim como fazia todas as noites.