É PRIMAVERA NA ROÇA DO ESPANTALHO ZÉ-PALHOÇA Parte lll
Era necessário arranjar nariz para zé-palhoça.
O joão-de-barro, considerado excelente artista foi o escolhido para desempenhar essa tarefa.
Fez um nariz em forma de bola com dois furinhos servindo de ventas.
Mas não deu certo; não havia meio de colar o nariz, feito de barro, na face de pano do espantalho.
Um pica-pau arranjou solução rápida e prática; Catou um galhinho-seco e espetou no lugar do nariz. Mas não foi aprovado, o pessoal achou que ficou esquisito.
E ficaram todos pensativos tentando encontrar a solução.
Observando um tiziu, que ficava imóvel, depois dava um piu e virava cambalhota, léia sorriu achando engraçada aquela maneira esquisita de pensar. Em seguida olhou para o namorado que também estava com umas ruguinhas na testa, concentrado no pensamento. Aí ela olhou para o cardeal que nem naquele momento deixava de fazer poses, exibindo o seu topete vermelho.
Foi então que léia vendo o vermelho de seu topete teve uma idéia:" Um nariz vermelho haveria de cair bem para o espantalho."
Voôu ao pomar e de lá retornou trazendo um tomate que brilhava de maduro.
No furinho, deixado pelo nariz-galho, fixaram o talo do tomate.
Não houve quem não gostasse. Zé-Palhoça ficou com a cara tão divertida que, só de se olhar, dava vontade de rir. Todos acharam que o nariz vermelho combinou com o seu jeito alegre de ser.
Foi assim que ele arrumou nariz para sentir todo o perfume da primavera e também os das outras estações.
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