Água, Terra e Ar

A Água olhava apreensiva para os lados, a Terra, sua Vizinha, estava toda suja e cheia de lixo. E o que era pior, o Ar, seu amigo, também estava sentindo-se mal pelas exalações que emanavam de tanta sujeira.

Dona Água, cabisbaixa, andava de lá para cá, tentando achar um jeito de falar com Dona Terra e o Senhor Ar sobre o que fazer. Pois havia um ser predador irresponsável, o Homem, que não queria tomar conhecimento do mal que estava causando.

Bem! O jeito era fazer uma reunião com seus amigos Terra e Ar. Com um bilhete fez o convite para a reunião. Eram apenas três elementos, assim ficava fácil de reunir. Seria uma reunião informal em sua casa.

No dia marcado, tentando se acomodar entre o lixo e a sujeira, lá estavam os três. A reunião iniciou com a palavra da Senhora Água:

- Amigos! Como vocês sabem, o nosso inimigo Homem, o maior predador de todos os tempos, está a cada dia nos matando lentamente. E o pior é que ele não percebe que ao nos matar ele também morre.

Com a mão levantada Dona Terra queria a palavra. Foi-lhe dada.

- Pois é! Nunca existiu nada mais destruidor que esse tal Homem. Já tivemos outros predadores e que também por tentarem acabar conosco destruíram a si próprios. Se não tomarmos providência, estaremos em apuros, porque o Homem com sua inteligência sub-utilizada está colocando todos em perigo.

Agora foi a vez do Senhor Ar pedir a palavra:

- Nunca estive tão preocupado! Mesmo que eu suba a uma grande altitude, o mau cheiro e a poluição estão lá.

E os três ficaram por longo tempo falando, falando e falando. Foi Dona Água que sugeriu:

- Acho que devemos nos unir e dar um exemplo ao Bicho Homem do que pode lhe acontecer se continuar assim.

- E que exemplo seria esse? – perguntou Dona Terra.

- Somos muito fortes em nossos elementos. Com a ajuda do Senhor Ar posso formar enormes ondas, que destruirão tudo que existir em cima da Senhora Terra, carregando para muito longe o que estiver a meu alcance.

- E eu – disse o Senhor Ar – ainda posso formar grandes vendavais que arrasarão as cidades e tudo o que nelas existir.

- E eu – falou a Senhora Terra – posso abrir minhas entranhas e lançar fogo e lava sobre imensas áreas destruindo tudo em meu caminho.

- Confesso que seria deveras destruidor tudo isso. – falou Dona Água pensativa.

- É mesmo! – disse Dona Terra já sem muito entusiasmo.

- Mas que dá vontade, dá mesmo de fazer tudo isso. – disse o Senhor Ar, afinal o Homem não pensa em nós quando tenta nos destruir com seus desmandos.

- Estou ficando cada vez mais suja – disse Dona Água – a vida que havia em abundância em meu seio já está diminuindo assustadoramente. Grande quantidade de peixes e animaizinhos que dependiam de minha limpidez para viver, hoje já não existe mais. Dia a dia morrem centenas deles. Fico triste porque quanto mais trabalho para me limpar, mais coisas são jogadas nos rios e mares, e não posso fazer nada!

- Pois é! – falou a Senhora Terra – A mesma coisa acontece comigo. Uns sem número de seres que viviam felizes em meus bosques e matas agora não existem mais. Sem contar que o verde tão necessário quanto a Senhora Água e o Senhor Ar, está ficando cada vez mais raro. Tudo é cortado para ganhar dinheiro, árvores lindas que levaram cem anos para ficarem frondosas e elegantes, são jogadas ao chão e transformadas em montes de madeira. Tudo pela ganância e pela falta de respeito a nós que tanto zelamos pela saúde de todos os seres vivos.

- Justamente! E nós, Água e Ar, estamos cada dia mais doentes sem poder cumprir com nossos deveres. – falou o Senhor Ar.

- Isso mesmo! – concordou Dona Água.

- Mas precisamos fazer alguma coisa sem demora. E parece que o Bicho Homem só vai entender sofrendo. – falou a Senhora Terra.

- Já imaginou se deixarmos os humanos sem água? Seria uma vingança e tanto! – disse Dona Água.

- É! Seria! - falou o Senhor Ar – Mas os outros seres vivos que dependem da senhora para viver, que seria deles?

- Já sei! - falou Dona Terra – Vamos chamar o Bicho Homem e convencê-lo de seus erros. Quem sabe ele nos atenderá?

E os três elementos saíram à procura do homem para conversar. Encontraram grande quantidade deles, todos atarefados em suas lidas, poluindo o ar com seus carros, fazendo enormes rolos de fumaça nas chaminés de suas fábricas, derrubando árvores e queimando campos, jogando toda espécie de lixo nas ruas e parques. Ficaram tristes com o que viram, mas corajosamente se aproximaram dos terríveis predadores. E com delicadeza falaram que não se deve sujar rios e mares, derrubar árvores e queimar florestas, usar venenos que matam e destroem animais e peixes, que o lixo não pode ser jogado nas ruas e campos. E o Homem, por ter uma inteligência muito grande entendeu o recado dos três elementos, e desse dia em diante deixou de machucar a natureza, respeitando a Dona Água, a Senhora Terra e o Senhor Ar. E só assim o Planeta Terra deixou de pedir socorro, para viver feliz com os três elementos principais de sua Natureza, e em Paz com o Homem que deixou de ser predador para ser amigo e companheiro. Verde voltou a brilhar!

Água, Terra, Ar e Homem, unidos no abraço do poder de restauração da vida!

Paola Rhoden
Enviado por Paola Rhoden em 11/11/2008
Código do texto: T1278247
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.