O VELHO, A SERRA, O CANSAÇO!
O VELHO, A SERRA, O CANSAÇO!
Sobe a serra
com muito cuidado.
Vai subindo, olhando e pensando,
cheirando e sentindo
o aroma gostoso
das plantas silvestres.
A serra é grande,
alta e também muito bonita.
Seu nome é simples,
Serra do Lenheiro,
no vale do Rio das Mortes.
Serra do Lenheiro,
lenheiro da serra.
Lá vai ele,
com sol ou chuva,
subindo.., subindo...
É o lenheiro da Serra do Lenheiro!
Já velho, coitado!
Já cansado, coitado
A cada dia,
sobe mais devagar ainda
a serra do lenheiro,
o lenheiro da Serra do Lenheiro!
Vai cedinho,
volta já tarde.
Tarde, quando o sol vai se escondendo
lá vem ele descendo!
O passo é o mesmo,
tanto para subir
quanto para descer.
A marcha é a mesma,
subindo ou descendo.
O homem, cansado,
já não pode mais.
Porém o passo é o mesmo,
subindo ou descendo, o lenheiro,
da Serra do Lenheiro!
Dizem que quando menino,
muito novo ainda,
de bodoque em punho,
já era parte da serra.
Cresceu subindo a serra,
amou... amou com o coração na serra.
O velho, cansado,
o sol chega,
o sol se vai,
o velho vai,
o velho vem,
querendo...
querendo, meu Deus,
morrer na Serra,
na Serra do Lenheiro,
o lenheiro da Serra do Lenheiro!