INVASÃO DA FORTALEZA

Vive, num cantinho da roça,

Um rato de má carantonha

Enquanto o gato se coça

Ele devora o milho da pamonha.

Limpa os bigodes na palha

Deixando os sabugos no chão,

Ri da vigilância que tem falha

Do felino guardião.

Corre pra sua pequena toca

Pra dormir empanturrado,

E a pauladas a mulher toca,

Do milharal devastado,

O gato que não serve pra vigiar.

Só pensa em comer em demasia,

Lamber-se e dormitar

E agora de barriga vazia

Terá de miar em outra freguesia,

Sempre fugindo de coça

Igual a que lhe deu a Maria.

Será motivo de troça

Entre os gatos da redondeza

Contando a história do rato

Que invadiu a fortaleza

De um descuidado gato,

Hoje perambulando sem tino

À procura de casa e comida,

Desde que não tenha rato cretino

Pra atucanar sua vida.

12/03/06.

(historieta infantil)