Joãozinho sem medo

Joãozinho sem medo

Não tinha medo de nada

Enfrentava tempestade

Gigante e até fantasma.

Ainda moleque ficou órfão

cresceu sem ter onde morar.

Certo dia foi a uma pensão

Pedir um quarto pra repousar.

Mas o dono não quis dar

E intentou um mal contra Joãozinho

Levou-o pro palácio mal assombrado

Para ver se assustava o menino.

Porém, João era inteligente

Entrou no palácio com um candeeiro

Com fome só comeu uma linguiça

Pois pra mais nada deu o dinheiro.

Ficou sentado à mesa

E logo viu assombração

Perna, braço, cabeça e corpo,

Caíram nele partes da assombração.

-Eu vou cair!

Dizia a assombração.

-Pode cair, se me importa! -respondia

Pois medo não tinha João.

E João sem medo

Sossegado ficou a olhar

Não teve receio de nada

Nem ao menos saiu do lugar.

As partes caídas formaram um homem

Bem parecendo um gigantão

E conduziu Joãozinho sem medo

Para achar a salvação.

Três tigelas bem cheias

Do mais puro e fino ouro

João deu uma para os pobres

As outras foi seu tesouro.

Ficou rico, muito rico!

Viveu seus dias no castelo

Momentos de felicidade

Final feliz, para sempre belo.

Texto baseado nos contos de origem popular recontada de geração a geração.