Infância florida
No tempo da lembrança vem
As imagens nunca esquecidas
De uma infância bem vivida
Nunca saída da mente...
Lembro-me como se fosse outrora
Dos deliciosos passeios de carroça
De minha amada vovó lá na porta
Toda em prece, cheia de cuidados
E meu avó na patente, todo bravo
Levando a gente para a escola
Da mestra Dona Marizinha
Toda cheia de carinhos
Ensinando-nos as lições do bê-a-ba.
E na hora do recreio, a sirene
Misturando-se com o cheiro
Dos famosos pãezinhos de queijo
Feitos pelas macias mãos da tia Nenê!!
Doce senhora de longos cabelos
Adora, em nós, dá beijos
E depois aos berros reclamar:
- Marche pra dentro, menino!!
Marche pra dentro, menina!!
Que ainda não é hora de brincar!
A filinha de lavar as mãos
Muita água e muito sabão
Para ficar bem limpinhas
E depois cada um na mesinha
A nossa bela oração fazer...
Pedir com fé ao papai do céu
Que abençoasse o nosso pão
O nosso papai e mamãe também
Em nome do sumo bem,
Para todo o sempre, amém...
E de barriguinha toda cheia
Hora de recrear, brincadeiras de montão
Ouvir grandes histórias, então...
Lembro-me do Robson Crusué
Pequeno Polegar e Soldadinho de chumbo
Dos porquinhos e do seu Monteiro Lobato
Nas Reinações da Narizinho,
Da Emília e do Visconde
Do Pedrinho e de tantos nomes
Que me vem todos na memória...
Foram dias de glória e de contentamento
Que hoje trago comigo
Como grande aprendizado
De uma infância querida
Infância bela e florida
Bordada de grandes recordações.