Na calçada de uma igreja Joãozinho dormia abraçando o próprio corpo:
- Ei! Psiu! está na hora de sonhar
- Mas eu não estou dormindo, e quem é você?
- Sou uma fadinha
- E existem fadinhas da cor de chocolate?
- Mas é claro que existe, estou aqui não estou?
- Está, mas é estranho, onde estão suas asinhas e sua varinha condão?
- Não preciso de asinhas para voar e nem de varinhas para
realizar os desejos das crianças.
- Você é uma fadinha diferente, mesmo!
- Qual é o seu maior desejo?
- É ter uma casa de chocolate só para mim
- Então vou te levar para um lugar chamado imaginação, lá você não precisa está de olhos abertos para ver as coisas, basta imaginar e tudo acontece! Pegue na minha mão e feches os olhos. Está sentindo um cheiro de biscoito fresquinho?
- Sim, estou, HUMMM...
- Não abra os olhos ainda, estamos passando pelo jardim das jujubas, pode
Pegar quantas quiser, está vendo aquele laguinho adiante? as águas são de refrigerantes.
- Olha, é a casa de chocolate!
- É toda sua
- Que delícia! Não quero abrir os olhos!
Já era de manha, uma senhora que passava em frente a igreja e viu a criança inquieta, tremendo de frio.
- Ei, menino, você está bem?
- Não! A senhora atrapalhou meu sonho.
- Perdoe-me, não foi por mal. Onde estão seus pais?
- Não tenho pai e nem mãe, eu moro na rua.
- Que pena, mas vamos fazer as pazes, que tal tomar o café da manha comigo?
- A senhora está falando sério?
- Estou sim, pode pedir o que quiser.
- Oba! Eu quero bolo de chocolate com coca-cola
- Essa hora de manhã?
- A senhora falou que eu podia pedir o que eu quiser. E eu estou com muita fome, fazem dois dias que eu não como nada, só tomo água.
Naquela manha, Joãozinho teve a melhor refeição da sua vida.
E ali nasceu uma grande amizade, aquela bondosa senhora conseguiu tirar o Joãozinho das ruas. Hoje ele é adulto e virou um doutor. Mas ainda viaja no mundo da imaginação, neste mundo encantado onde tudo acontece e todos os sonhos são realizados.