O ENTERRO DO SAPO - FINAL


_ E que estória é essa de enterro?

_ A gente tava lá pra enterrar um sapo seco...

Menina já estava mais calma e tomou a palavra da irmã.

_ Não era uma fera! Era a Mamãe! Cadê ela? Aquele bicho tinha olhos verdes como os da mamãe. Aposto que era ela que foi assustar a gente e...

_ Não fui eu não! Eu estava o tempo todo no meu quarto.

Josefa surgira de repente na sala. Menina, ainda suspeitando da mãe, insistiu:

_ Foi a senhora sim! Vai ver a senhora já escondeu a fantasia peluda que estava usando... A senhora já vestiu até roupa de diabo, lembra? 

A garota jamais esqueceria a noite em que a mãe, para assustá-los e, de acordo com os adultos da casa, vestiu-se de diabo, aparecendo junto da fogueira, em volta da qual D. Mozart contava estórias para os filhos.

Zico correu pra mãe e abraçou-se a ela protestando.

_ A mamãe não é feia como aquele bicho. Ela não faz aquele barulho de onça!

Só então Menina se deu conta do perigo que todos haviam passado. O garoto tinha razão. Aquela coisa poderia mesmo ser uma onça preta. O rugido era de onça. Muitas vezes seu tio Antônio a levara pra varanda, à noite, para ouvir o rugido das feras, nas matas próximas à chácara. 

Os adultos ficaram admirados com a intuição de Zico. Agora todos queriam ouvir detalhadamente o que tinha se passado com eles, fora dos domínios da chácara. Após relatarem o ocorrido, as três crianças foram terminantemente proibidas de se afastarem dos limites da casa, a não ser em companhia de um adulto.

Passada a agitação, todos retomaram as brincadeiras de costume.
 
Menina, de vez em quando, pensava na aventura vivida naquele dia. Mas uma coisa, continuava a intrigá-la: por que a tal fera não viera atrás deles?



***


Esta e muitas outras aventuras foram vividas por Menina e Zico.


Hull de La Fuente





Hull de La Fuente
Enviado por Hull de La Fuente em 21/07/2008
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