O ENTERRO DO SAPO - Cap. X
Achando que Maria ia ceder, a garota contou por que precisava da vela.
_ É pra usar no enterro do sapo, um amigo nosso!
_ "Ocê tá doida, Minina! Isso faiz má! Cruiz Credo. Num si podi brincá cum sapo."
_ Ele não tá brincando. Nós é que estamos brincando com ele. Me dá logo a vela, a Liviva tá esperando.
_ "Num dô! Minino num brinca cum fogo, inda mais prum pecado iguá. Si a vó doceis discobre..."
Decepcionada, Menina saiu batendo os pés.
_ Nunca mais falo com você. Tá bom, Maria?
Saindo à procura da irmã e de Zico, ela os encontrou bem afastados da paineira. Haviam ido procurar flores. Encontraram poucas. Assim mesmo eram flores de aboboreiras e alguns jacintos. A chuva do dia anterior havia despetalado as poucas flores da chácara.
Menina entregou a caixa pra irmã e disse que não fora possível pegar uma vela. Liviva encaminhou-se para o lugar onde havia deixado o sapo e o colocou na caixa. Zico quis ver o sapo na caixa e depois comentou:
_ Nossa! Ele parece um chinelo velho!
_ A Maria falou “Cruz Credo”, por que eu pedi a vela para o sapo - lembrou Menina.
_ Então não vamos mais chamá-lo de sapo - sugeriu Liviva.
_ Que nome a gente põe nele?
_ Ludovico! Sapo Ludovico.
_ Não! Tira o sapo do nome dele - pediu Menina.
_ Como vai ser o outro nome? Eu já falei o primeiro, agora você fala o outro.
Mas quem falou foi Zico.
_ Chinelo. Ludovico Chinelo!
As garotas acharam o nome muito apropriado e bonito. Agora só faltava encontrar alguma coisa que substituísse a vela. Tagarelando, os três se encaminharam para o areal. Pela estrada encontraram