Dramund 2

Capítulo I

O Aniversário da Rainha

A Rainha Lasa estava no jardim do castelo pensando na vida, pois estava perto o dia do seu aniversário de 29 anos. Era uma tarde ensolarada e o primeiro ministro chegou falando:

–Senhora, os comes e bebes da sua festa de aniversário já estão prontos. Amanhã começaremos os preparativos finais e celebraremos com muita alegria essa grande festa! Mais alguma ordem, alteza?

– Não Sebastião, está bom assim. Por favor, prepare agora a minha cama e o meu banho com óleo de lavanda, sais minerais e toalhas secas, hoje quero ficar em paz.

– Sim, Senhora.

******************

As antigas florestas (Negra e Flórida) que circundavam o castelo tinham, na época, todo o tipo de criatura, inclusive dragões. Mas a destruição deles fez com que todos os animais ficassem com medo e fugissem de lá, tornando-as desabitadas, cheias de musgos, com nevoeiros frios. Só uma coisa estava ali, despercebida de todos: um ninho com quatro ovos de dragões, das espécies azul italiano e verde escocês, todos prestes a chocar.

(As florestas após a destruição dos dragões ficaram densas de folhagens)

Sua Majestade a Rainha estava tomando o seu banho real pensando nos presentes que iria ganhar na festa...

– Ah!! Que ótima vai ser a minha festa!!! – falou consigo mesma. Mal posso esperar pelas músicas tocando, os convidados bailando... Mas... E se algum dragão do mal aparecer e pegar alguém como da outra vez??!!

– Ah Não!!! Não haverá problemas!!! É só chamar um cavaleiro do reino e ele matará o dragão feroz... (pensou).

Enquanto a festa acontecia no castelo os ovos de dragão que estavam perdidos na floresta começaram a chocar sozinhos, como num passe de magia os dragões nasceram... começaram a crescer... Desenvolveram-se na floresta, nutrindo não se sabia como, um grande ódio pelos humanos. Incrível! Nenhum dragão jamais cresceu em duas horas!!! Porém estes espécimes eram fenomenais e tomaram maturidade em tempo recorde!! Seus nomes eram: Banzena, Sarah, Arleiho e Saruh.

Esses dragões, não se sabem como, aprenderam a falar diversas línguas, entre elas o draconês. :

– Vamos acabar com a raça desses humanos!!! - falou Saruh. Não agüento vê-los multiplicando-se enquanto nós somos apenas quatro!!

–Tem toda razão Saruh, vamos matá-los, estraçalhar-los, extermina-los até o ultimo filhote!!!!– falou Sarah.

–Calma Sarah! Precisamos armar um plano ou um golpe para detê-los. Não é tão simples como você pensa. Eles têm armas e escudos e nós só a própria pele escamosa e o fogo quando cuspimos e mais nada! – disse Banzena.

– Falando em fogo, vamos acender uma fogueira? – sugeriu Arleiho. – Tou com uma baita fome! Hum, o que teremos pra comer, heim?

– Temos apenas folhas, frutas e raízes, Arleiho – respondeu Banzena. Hummm será que vai dar para fazer um churrasquinho de algas ou sopa de agrião? O que preferem?

–As duas opções me parecem ótimas. Banzena – sorriu Sarah com sarcasmo. Só vamos ficar aqui, no centro da floresta até amanhã. Depois iremos para perto do castelo, para planejarmos o golpe.

A noite se passa e os dragões dormem...

*********************

Lasa está na festa, sentada no trono, esperando ser convidada para dançar, pensando: - ainda bem que os dragões sumiram porque, caso contrário, eu não teria paz. O Mago chegou perto dela e disse:

–Vossa Majestade não precisa mais pensar no que fez!!! As florestas Flórida e Negra já foram destruídas, Lasa. Os dragões malignos, até mesmo os bons não existem mais, todos foram totalmente destruídos. Agora você tem que pensar no futuro, nas coisas que virão. Eles já se foram, não se preocupe mais.

Lasa não consegue argumentar... Daí, o criado anunciou a hora do banquete e ela se retirou para o salão principal. Depois do banquete foi convidada a dançar pelo Jovem Rei do Reino de Kandhar, um belo e corajoso rapaz que também outrora pensara em criar milhares de dragões, mas havia desistido da idéia porque ouviu os conselhos dos seus súditos e no seu reino não tinham magos ou sacerdotes que soubessem de magia.

Depois de dançar com o Príncipe, foram para a sacada e de repente Lasa avistou uma luz mínima na floresta e ela indagou: – O que significa aquilo?

Eles ficaram olhando por algum tempo, tentando descobrir o que seria. Então ela chamou o Mago e o Primeiro Ministro e perguntou o que poderia ser aquela luz. Eles disseram que para uma floresta abandonada, não poderia existir uma fogueira, a não ser que...

– Alguma pessoa pode estar caçando ou acampando... – disse o Mago, tranquilizando-a e logo saiu com o Primeiro Ministro.

Mais tarde quando a festa findou, o jovem Rei Kântaro foi para os aposentos reservados para a realeza (pois a festa duraria dois dias). Lasa também recolheu-se sentindo-se muito cansada. No dia seguinte ela levantou mais descansada e ordenou que o seu súdito entrasse com o café da manhã que tomaria ainda na cama. Depois tomou o banho, se vestiu e foi à sala do trono. Lembrou-se do dia anterior... lembrou-se do jovem Rei. Achava que ela sentia um pouco de atração por ele, pois era bonito, tinha os mesmos gostos, comungavam das mesmas manias por dragões e o melhor, gostara do nome: Kântaro.

Capítulo II

O Plano dos dragões

Os dragões chegaram perto do castelo, e esperaram alguém passar para armar o plano.

– Ali está um! Falou Saruh. Vamos olhar de perto como é a reação dele quando algum intruso chega perto. Banzena, faça o favor...

– Hei, porque eu?

–Por que você é a transformadora da turma e se você se transformar em humana, não vai meter medo, ta?

– Se você não fosse meu irmão, eu o mataria!

Ela se transformou numa linda mulher e foi para perto do guarda que protegia o castelo nas imediações da floresta.

–Alto! Quem é você?

– Sou uma mulher, não está vendo? – respondeu Banzena com voz melosa.

– A Rainha não permite a presença de estranhos rondando o castelo, vá andando.

– Quem é essa Rainha? Desculpe-me, sou estrangeira e não conheço este lugar.

– Sendo você uma bela mulher, digo, uma estrangeira, vou lhe contar: A Rainha Lasa é uma mulher linda, mas muito esperta e geniosa para meu gosto... O que você veio fazer por aqui?

– Aqui neste reino há muitas pessoas morando?

– Sim, no reino todo há cerca de duzentos milhões de habitantes. No castelo há mil soldados a serviço da Rainha.

– Ah, bom!! Obrigada pela informação, bonitão!

– Não foi nada. Seja bem vinda!

Voltando para junto os irmãos, Banzena falou:

– Dragões, olhem só o que eu descobri, eles são muitos! Cerca de duzentos milhões de seres iguais aquele que eu estava conversando. Como vamos fazer para atacá-los se somos em número muito menor, em quatro? Eles me pareceram...

–Bravos... completou Saruh – mas queremos uma informação: de onde foi que viemos? Quem foram os nossos pais? A gente não existe por acaso, alguém ou algo nos criou.

–Sendo você uma bela mulheer... – falou Sarah, com deboche.

–Pare com isso Sarah!-exclamou Banzena.

– E se foi um humano quem nos criou? – argumentou Arleiho.

–Vira essa boca pra lá Arleiho! – bradou Saruh. Como poderia um humano nos criar?

– E se eles ou alguém dentre eles fosse inteligente pelo menos o possível pra nos criar? – indagou Sarah.

–Não, não pode ser não acredito! – disse Saruh.

–E o que faremos, matamos todos agora? – perguntou Banzena.

– Não, não. Vamos capturar um deles para tentarmos descobrir sobre a nossa existência.

– Concordo – disse Sarah.

–Ah, estamos perdendo tempo demais conversando sobre isso. Depois de descobrir o que queremos o que vamos fazer para acabar com a raça deles? – quis saber Banzena.

– Bem... Falou Saruh, vamos nos multiplicar para matá-los!

– Você, Banzena!

– Que!!?? Espera aí, eu não sei me transformar em muitos dragões de uma vez só, não, viu? Sendo eu só um já me dou muito trabalho, imagina se eu sou muitos, o que é que eu iria fazer de mim?

– Ótimo!! Agora sabemos que a nossa magia não dará certo. – criticou Arleiho. Mas, ouvi boatos que aqui no reino há um Mago que poderia fazer isso por nós. Ele poderia criar outros dragões para nos ajudar.

– E será que ele vai concordar com a nossa proposta? - Perguntou Sarah.

– E quem falou em pedir a concordância dele? A gente vai forçá-lo a fazer o que queremos e mais nada! Ai dele se não colaborar! – bradou Saruh.

– Quem estiver de acordo, estenda a pata! - sugeriu Banzena.

– DE ACORDO!! – todos gritaram.

Capítulo III

Lasa e Kântaro

A Rainha Lasa chegou até a sacada e olhou para a floresta, visualizando o mesmo lugar onde vira o pequeno facho de luz. Ela lembrou do dia em que pedira ao mago do reino para criar as florestas dos dragões. Naquela época ela acreditava que ter muitos dragões no reino seria uma idéia fabulosa, pois teria diferentes bichos de estimação úteis ao povo, mas se enganara redondamente, pois os “bichos de estimação” viraram monstros perigosos.

A principio criara uma grande floresta bem florida para as criaturas viverem, porém, à medida que os dragões cresciam, alguns ficavam maus e viviam aprontando com o povo do reino, ateando fogo nas casas e nas matas do vilarejo. Então, a contra gosto, a Rainha Lasa tivera que criar outra floresta para jogar lá os dragões de má índole e batizou-a com o nome de floresta Negra.

Lasa pensou que separando as florestas o problema havia sido resolvido, contudo, o dragão chamado Gochito, que era o mais malvado e drestuidor, promovera um grande ataque ao vilarejo, causando a destruição de casas e mortes de algumas pessoas, fazendo com que a Rainha Lasa resolvesse destruir de vez todas as criaturas.

Ela hoje poderia estar se sentindo sossegada, mas algo lhe atormentava os pensamentos, pois não era normal ver luzes na densa escuridão do bosque. O que poderia ser aquilo?... pensava.

Há muito tempo que ninguém entra mais naquele lugar, nem para caçar, muito menos acampar, pois é um lugar sombrio e assustador. Ninguém em sã consciência teria coragem de aventurar-se lá.

– Mas e aquela luz... Que poderia ser? – Lasa continuava a pensar. Daí resolveu chamar o Mago do Reino e pedi-lo para investigar, assim poderia ficar mais tranqüila. Como se adivinhasse seus pensamentos, o Mago chegou como sempre, com um ar muito tranqüilo.

- Senhora, vi que estavas preocupada e vim saber o que é que a está incomodando para ajuda-la. – Falou o Mago.

– Você sempre chega na hora certa, Mago! Eu estava pensando... Talvez seria bom que você fosse lá no local onde estava àquela luz e investigar quem estava por lá. O que acha? - Perguntou Lasa.

– Peço que me perdoe Majestade, mas agora não poderei ir, pois tenho muito que fazer. Tenho que ir a uma reunião com os outros magos das outras cidades do reino para relatar outras descobertas e mágicas diferentes para serem adicionadas aos papéis dos encantamentos dos magos e bruxos. – disse o Mago com um pouco de dó na voz.

– Ah! entendo, Mago; mas se a reunião é tão importante assim, pode ir, mas sabe como é né?

– Sei sim Senhora.

-Então, depois você dá uma olhada naquele lugar e veja quem foi, viu?

– Sim senhora! - E o mago se retirou.

– Cidade grande essa não é minha Rainha? - Falou o Rei Kântaro, aproximando-se da Rainha Lasa e olhando do lado da sacada, a cidade real de Dramiana.

– Pois é Rei Kântaro, aqui, meu pai conquistou muitas civilizações antigas. Matou também muitas criaturas bizarras, tais como sabannas, leblofs. Hoje sou eu que governo esse País maravilhoso que se chama Dramund.

– Ele é realmente muito bonito, Rainha Lasa... Este lugar...

– Por favor, me chame só de Lasa.

– Só se você me chamar de Kântaro.

– Ah, então Kântaro, vamos para o jardim? Lá o ar é puro e podemos conversar a vontade -sugeriu Lasa.

Então, os dois foram rindo para o jardim (na verdade ela que estava rindo o tempo todo das histórias que ele contava sobre ele e as aventuras dele “sabe, depois daquilo foi a maior comédia” disse Kântaro).

– Não sabia que você fosse tão comediante Kântaro!-Exclamou Lasa.

– Não tem problema, Lasa, todos me acham assim: meio sem graça no inicio, mas depois que me conhecem me acham mais engraçado. Disse Kântaro sorrindo e chegando mais perto dela sussurrou – Sabe por que eu gosto de você?

– Não. - Disse Lasa um pouco envergonhada.

– Eu gosto de você pela sua personalidade maravilhosa, você é honesta, sem fingimentos, eu gosto disso. Em minha opinião, você é romântica, amorosa. Minha Rainha, não sei bem ainda o que se passe em minha cabeça, mas eu sei o que sinto por você... - dessa vez ele pegou nas mãos dela – ...Eu a amo.

Lasa ficou tão emocionada que quase desmaiou. Ficou sem palavras. De repente sentiu no seu corpo uma emoção que nunca sentira antes. Sentiu um ardor dentro do corpo como se algo paralisasse seu cérebro. Ele a estava beijando! Sentiu então que o amava como um fogo eterno que estivesse nascendo dentro de si.

Neste momento, o Jovem Rei a pediu em casamento e essa foi à gota que faltava para ela explodir de felicidade e dizer sem perceber a palavra “sim”.

Aí, os dois voltaram pro castelo, pois iam se arrumar para a 2ª noite do Baile Real e a mais importante de todas.

Capítulo IV

O Mago vai à floresta

No outro lado da floresta, os dragões estavam planejando a captura do Mago.

– De que jeito vamos atrai-lo? - indagou Arleiho, muito confuso.

– Quantas vezes vou ter de repetir que não sei?? - Bradou Saruh, furioso.

– Calma Saruh, desse jeito você vai chamar a atenção dos guardas do castelo! - lembrou Sarah, trazendo uma panela de barro com sopa de cebolas fumegando.

– Desculpe Sarah, é que eu estou nervoso. Esse, esse, esse energúmeno está me irritando com suas perguntas, hummm, isso é sopa de cebola?Você que fez?

– Eu e Banzena. - Disse Sarah.

– Falando em Banzena, onde ela está? - perguntou Arleiho.

– Ela me disse que iria pegar frutas pro jantar. - respondeu Sarah – mas ela ainda não voltou.

–Olha eu aqui dragões! -falou de repente Banzena transformada em mulher, trazendo uma cesta de vime cheia de frutas. – Sentiram saudades?

–Aonde você foi? - perguntou Sarah.

– Até um pomar deserto onde havia uma manada de Leblofs, onde arranjei frutas e carne fresca. -disse Banzena segurando uma corda amarrada a uma criatura estranha, uma mistura de leão com carneiro e pato.

–Sabe que não comemos carne! - Exclamou Arleiho

–Não custa nada experimentar. - Disse Banzena.

–Falando sério, eu sempre quis comer carne, porque não comer agora? –Supôs Sarah.

– Seria uma ótima idéia - Respondeu Saruh com sarcasmo, tomando a sopa de cebola.

– Sabia que você ia adorar -Disse Sarah, não entendendo a frase de Saruh.

–Por acaso sarcasmo é uma língua estranha para você?-Retrucaram Saruh e Arleiho ao mesmo tempo.

– Desculpe. - Respondeu Sarah.

– Olha, dragões... - Começou Banzena.

– Você não pode se destransformar não Banzena? –Retrucou Saruh.

– É que eu gostei de ficar transformada, sabe? - respondeu Banzena.

– Se destransforme, já!! -gritou Saruh.

–Não grite comigo!- disse Banzena, destransformando-se.

– Parem de brigar, vocês dois!-Interrompeu Sarah. – E Banzena; porque você disse que gostou de ficar transformada?

Banzena deu um soluço repentino e cobriu a boca com as mãos.

– É que eu gostei daquele soldado com quem conversei nos muros do castelo e quando encontrei as frutas, ele veio fazer à mesma coisa que eu naquele pomar, e me convidou para ir ao baile. Daí eu comecei a gostar dele, sabe?-Banzena disse aos irmãos.

– Como ousa? Como ousa se apaixonar por um Humano? -Indagaram Sarah, Saruh e Arleiho ao mesmo tempo.

–Desculpe dragões, é que aconteceu! Não quis...

–Esqueceu do nosso juramento que não teríamos nada a ver com os humanos até que sua raça fosse destruída? Com isso você será banida do bando! FORA! E não volte mais aqui! - bradou Saruh; expulsando Banzena, que derrubara a cesta de vime e soltara o leblof que correu desesperado para a floresta para se salvar.

–Vamos atacar o castelo daqui e procuraremos o Mago!

O que os dragões não sabiam é que o cheiro da sopa de cebola estava atraindo alguém que chegara da floresta dos bruxos... O Mago! Ele estava indo para sua casa quando sentiu o delicioso perfume da sopa.

– Puxa, não percebi que já era hora do jantar. Talvez se eu for seguindo o cheiro encontre quem o fez. - Falou o Mago. Daí ele se lembrou que devia ir investigar a floresta para ver o que seria aquele facho de luz.

– Vou aproveitar e adentrar na floresta para investigar aquele facho de luz da noite anterior.

E foi. No caminho, encontrou uma pegada recente de dragão.

– Há mais do que muitas coisas estranhas nessas florestas. Muitas mesmo. - Estranhou o Mago. – Primeiro, o cheiro vir de lá, depois, a pegada. Vou seguir essas pegadas. Quando ele chegou ao fim, encontrou seu dono, Sarah! O Mago tentou gritar, mas, foi agarrado pela dragoa.

– Peguei você! Saruh, Arleiho!! Peguei o mago! - Gritou Sarah.

– Ótimo! Amarrem-no bem!-Mandou Saruh.

– Hei, espera aí, você não manda em mim, não! - Retrucou Sarah, furiosa com o irmão. – Eu, você e o Arleiho somos uma equipe!

– E toda equipe tem que ter um líder. Está decidido, eu vou ser o líder. - disse Saruh com esperteza.

–Ta certo, mas só porque você nasceu primeiro, ouviu? - Disse Sarah.

– Não concordo. Retrucou Arleiho.

–Não concorda, é? -Indagaram os outros dois dragões.

“Essa é minha chance de fugir” Pensou o Mago, amarrado. E desapareceu com um estalo de dedos.

O que o mago não sabia é que na casa dele alguém esperava pacientemente... era Banzena! Quando ele chegou a casa quase levou um susto com a dragoa. Só que, no mesmo instante em que ele se virou, ela se transformou em mulher.

–Senhor Mago, é indispensável eu lhe contar uma coisa...

– Agora não posso lhe dar ouvidos, preciso fabricar um veneno para matar dragões que encontrei na floresta, e já!

– Mas é sobre eles que preciso falar!

O Mago parou.

Capítulo V

A Carta

– Eles são meus irmãos. - E se destransformou em dragão. O mago engasgou de espanto quando viu a identidade secreta dela.

–Quando nascemos, tinha uma carta perto do nosso ninho. Quando eu a vi, eu a guardei sem mostrar aos meus irmãos. - falou enquanto desdobrava um pergaminho meio amarelado. –Aqui está ele.

O Mago pegou o pergaminho e começou a ler:

Meus filhotes:

Peço a vocês para nunca machucarem a Rainha Lasa do reino de Dramund, que fica próximo à floresta Flórida onde deixei vocês ainda em forma de ovos. Esta floresta que é a nossa casa, foi criada por ela para nos abrigar. Ela nos deu vida e nos deu de tudo, porém, Gochito, o pai de vocês, desobedeceu as leis e foi morto por invadir as terras deles só pelo desejo de destruir e matar. Não gostaria de ver isso acontecer com vocês não. Aproveitem bem dessa floresta e cuidem bem uns dos outros. Sejam felizes meus filhotes Sarah, Banzena e Arleiho.

Sua mãe, Argona.

– Eu não sei por que fui tão egoísta naquele dia, acho que foi para os meus irmãos não machucarem ou rasgarem o pergaminho.

– Pois você fez errado, era para ter dado o pergaminho a eles depois de terem nascido ou quando aprendessem a ler! Mas, porque você não dá a eles agora?

– Fui banida da família por me apaixonar por um humano.

– O quê??

Ela contou a história toda sobre os dias que se passaram com os Dragões.

Capítulo VI

A verdade é descoberta

–Isso explica tudo, temos que ir ao castelo, rápido!

–Suba nas minhas costas! Chegaremos no castelo voando! - falou Banzena. Os outros dragões já estavam perto do castelo.

Na festa, Lasa ia anunciar o noivado com Kântaro. O Primeiro Ministro começou a falar:

–Hoje, temos uma notícia inesperada - Lasa deu um pigarreio – Uma ótima notícia! Anuncio o noivado da rainha Lasa e o Jovem Rei Kântaro!

Todos os convidados varreram em aplausos.

Mas, quando o 1º Ministro ia falar de novo, a vidraça se estraçalhou com a invasão dos dragões. Todos os convidados ficaram gritaram de medo. Só Lasa e Kântaro não se assustaram, então Kântaro perguntou:

– Tem certeza que matou todos os dragões?

– É claro que sim, mas...

–Mas nós fomos poupados!! –Bradou alto Saruh.

– É isso aí. - Falou Arleiho.

–Falou e disse maninho. - riu Sarah.

–Agora, rainha maldita, você vai morrer! - Gritou Saruh, avançando para cima da rainha.

–Nããããããoooooo!! -Gritou Banzena; quebrando outra vidraça e impedindo Saruh de avançar em cima da Rainha. Quando ela viu o Mago em cima da dragoa, ela quis explicações:

–Mago, eu quero uma explicação para isso! Pediu a Rainha.

–Por favor Majestade, deixe ela – apontou para Banzena, saindo da montaria – Explicar as coisas.

– Majestade, peço permissão para falar com meus irmãos. - Pediu Banzena, fazendo uma reverência.

– C-claro.

–Arleiho, Sarah, Saruh, preciso falar com vocês.

– Você não é mais minha irmã. -Falou Saruh com grosseria.

– Somos da mesma espécie, por isso somos irmãos. - Banzena falou mais alto que Saruh. – Essa carta é de nossa mãe, falando sobre o que vocês deveriam fazer.

– Saruh pegou a carta, leu uma frase e disse:

– Não vou perder tempo lendo essa carta idiota! - Os outros dragões (Sarah e Arleiho) pegaram à carta, leram e entenderam o que dizia.

– Mamãe tem razão, não vamos matá-la. Afinal, porque matar já que eles nos deram vida e só mataram nosso pai para se defenderem? - Disse Sarah.

– Pois para mim é uma porcaria! Você vai morrer rainha maldita!!!! - Bradou Saruh.

Quando Saruh ia pra cima da rainha de novo, desta vez quem impediu não foram os dragões, e sim o Jovem Rei, que cravou uma espada no peito do bicho.

Saruh foi mortalmente ferido.

– Para falar a verdade, ele não era irmão deles, seu nome não está escrito na carta. - Disse o Mago.

– Argh, esse sangue é muito fedido. - Falou Kântaro, cheio de sangue na roupa.

– Todos para fora, pois vamos tirar esse dragão daqui, limpar o chão e recomeçar a festa, só que desta vez; pela primeira vez, você Banzena, virá como convidada. -Falou o mago, com alegria.

–Mas, Mago, você não acha que ela vai ocupar muito espaço no salão? - falou Lasa.

–Majestade isso não será problema. - Disse Banzena, transformando-se em mulher, trajando um vestido tão bonito que até Lasa ficou admirada!!.

– Lasa ficou boquiaberta com a transformação da dragoa, nunca vira uma mulher tão deslumbrante no seu reino.

Banzena pediu ao Mago:

– Eu gostaria que o senhor desse poderes mágicos aos meus irmãos, para que eles pudessem se transformar em humanos e se encaixarem ao mundo Dramund.

– Você deseja que todos tenham poderes como você? - Perguntou o Mago.

– Sim.

– Então, vou para meu laboratório fabricar a poção, mas vou precisar de um pedaço de sua pele para estudar o seu DNA.

– DNA???? - todos ficaram perplexos.

–Um pedaço do corpo, como unha, mecha de cabelo etc, possui características próprias de cada ser, por isso que estudamos o DNA.

–Certo. - concordou Banzena tirando uma mecha de cabelo.

–Obrigado. Vou fabricar a poção.

Mago saiu e a festa recomeçou. O noivado foi realizado com muita alegria para os dois reinos.

Saruh felizmente fora extinto e os irmãos dragões beberam a poção feita pelo Mago e agora podem transformarem-se em humano á vontade.

Alguns anos depois aconteceu o tão esperado casamento real, foi uma festa inesquecível, muito bonita, com guirlandas, doces, decoração de primeira. Uma beleza! E quem foram os convidados de honra?

Ninguém menos que Sarah, Arleiho e Banzena, hoje já adaptados à realeza!

Com isso, todos puderam viver livres e felizes para sempre!!!