O GUARDIÃO DAS ÁGUAS

A cidade era linda

Bem no alto da colina

Banhada por um rio

De águas puras e cristalinas...

As aves coloridas

As flores das mais lindas

Atraiam os turistas

das mais várias etinias...

O comércio era farto

A econômia era forte

Acidade exuberante

Margeava o belo rio

Imenso e extravagante

Até que o prefeito

Vistoso e elegante

Decidiu em um instante...

_Para enxugar a máquina

Devemos cortar gastos

E se preciso for

Demitá-mos funcionários...

O decreto aprovado

No jornal foi publicado

Cada gargo examinado

Nimguém era dispensavél...

Do lixeiro ao tesoureiro

Do estagiário ao secretário

todos eram importantes

Foi então que alguém disse:

_Aqui perto não distante

Há um não importante

Um certo ancião das águas

Este é com certeza

Um gargo irrelevante...

Sorria o prefeito

E sua comitiva

_Envie o memorando

Avise o siclano

Que a máquina administrativa

Hoje estamos enxugando...

O telegrama foi entregue

O ancião foi avisado

Fez a sua despedida

À nascentes das águas

Bem no alto da colina

Como fazia todo dia

Deixando-a limpinha

De restos de animais

A galhos secos

Não poupando nem, a menor

De todas as folhinhas...

O tempo foi passando

As águas se turvando

Seu aspecto mudando

O lixo acomulando

Um mal cheiro se notando...

Os pássaros se foram

As flores não brotaram

A notícia se espalhou

Os turistas não voltaram...

O comércio se quebrou

A economia espatifou

Ninguém sabia

O que de fato acontecia

O prefeito em desespero

Convocou sua comitiva...

_Ninguém pra casa vai

Sem que antes eu descubra

O por quê das aguas turvas

Seja acidente ou acidentalidade

Tudo que queremos

É a mais pura da verdade...

Desce caixa, sobe caixa

Mexe ali, mexe aqui

Vai pra lá, vai pra colá

Alguém então

começa a gritar...

_Descobri! descobri!

Era o secretário

Do meio ambiente

Que alegre e contente

Começa-va esplanar...

O porque das águas sujas

O porque das flores murchas

_Cometemos um engano

Por ganância demitimos

Quem nunca deveriamos...

Pois tempo ainda há

Sr. prefeiro mande já

O velho ancião buscar

Para as nascente ir limpar

Pois a falta deste

tão pequeno ofício

Nos trouxe tão grande prejuizo...

O Prefeito concordou

E logo contratou

O velho ancião

Que seu ofício retomou...

E no alto da colina

Como fazia todo dia

Começou a retiar

Folhas e gravetos

Restos de esqueletos

Deixando a nascente

Limpa e cristalina...

A cidade de tão feia

Tornou-se agora linda

Os pássaros voltaram

As plantas brotaram

as flores se abriram

Espalhou-se a notícia

Voltaram os turistas

E todos entenderam

E juntos aprenderam!

"Ninguem é grande de mais,

que não venha à ser pequeno.

E, ninguém é pequeno de mais,

que não venha à ser gigantesco.

Rabicó
Enviado por Rabicó em 21/06/2008
Código do texto: T1044415
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