Sombra Projetada
Ausência, sombra que se projeta,
Velando a luz do mundo que nos cerca.
Quando alguém querido se distancia, se ausenta,
Um vazio se instala, uma dor se alastra.
Dias que se arrastam, horas que se esvaem,
Deixando marcas profundas, um rastro de espera.
Memórias que enfraquecem, saudades que se emaranham, ansiando pelo retorno, pelo fim desta quimera.
Mas nesta ausência, um novo olhar se revela,
Uma oportunidade de crescimento e reflexão.
A alteridade que nos falta se espelha,
Despertando a consciência para nossa condição.
É na penumbra deste vazio que descobrimos
A transitoriedade da existência mundana.
A essência do ser, em sua plenitude, divisamos,
Compreendendo a finitude que nos é soberana.
Que a espera seja um rito de passagem,
Purificando a alma no fogo da saudade.
Pois é nesta penumbra que se obtém a visagem
Da verdadeira natureza, em sua totalidade.
Ausência, cravo negro que perfura o coração,
Mas também flor que desabrocha em nova compreensão.
Que o retorno traga de volta a plenitude da relação,
E que a gratidão suplante a dor da separação.
Que a presença valha mais que mil partidas,
E que o amor resista às provas da distância.
Que o reencontro seja fonte de novas vidas,
Celebrando a riqueza da mútua convivência.