À DERIVA

 

Crateras de oceanos, de águas tão azuis me cobrem

Náufraga, à noite prescruto as estrelas num céu sem mácula

Enquanto que na terra os sapos coaxam e os homens dormem.

 

Quisera agora ter nas mãos um livro de Florbela Espanca

 Ler e “beber” das cascatas cristalinas dos seus versos

Não desejo chão firme, a radial sangra, a poesia estanca.

 

Porque sou afeita à fantasia, jamais a clarividente razão.

 

Estou à deriva, sou mar, sou água, sou peixe, sou alga e paixão.