MEU VERSO
Na incerteza que me toma, me devora,
eu percebo, ao longe, surgir a aurora,
de luz clara, mansa, calma, reluzente.
Já não sei o que eu sinto, o que tu sentes,
pois a angústia chega logo sem demora,
se instalando como dona e senhora.
Me pergunto por que acabou-se o sonho?
Só pra ti, este poema componho.
. . .
Deley
PÁGINA TRISTE
Não há carruagem,
Não há bagagem,
Me esperando,
Não há ternura,
Não há anjos dizendo amem,
Nenhuma sombra de nuvem,
Me refrescando,
Não há conjectura,
Não há seresta,
Natureza em festa,
Me saudando,
Não há textura.
Há apenas,
Desfolhadas açucenas,
No pó da estrada,
Saudade maculada,
Penetrando,
Sem censura,
No meu momento,
De quase loucura,
Versos tristes que invento,
Dolorosos além da conta,
Desnudando,
A minha figura,
E um olhar que aponta,
Para o complexo nada.
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Categoria – #MEMORIAL Recantista#