DA ÚLTIMA VEZ
Da última vez
Foi uma bagunça.
na vida,
Ficou tudo
de qualquer jeito.
Os copos ficaram
Pela mesa.
A musica parou.
Ninguém apareceu mais.
Lembro que os dias
Passaram a se arrastar.
Os sonhos restaram
Rasgados
Numa lembrança
Lúdica e falha.
As crianças com cem anos
Brincavam no mesmo
Lugar de sempre.
Os velhos não envelheciam mais.
tocava no radio,
a história de Lily Braun.
Depois na estação do metrô
Eu via o rosto dela
No meio dos outros
Sumir de mim.
A primavera era negra
Na estação
Não haviam flores.
Eu corria pelas cidades, feito um vampiro,
de preto,
Em busca de tudo
Embora soubesse
Ter mais nada.
Não tinha amores,
Nos espelhos do tempo
Meu rosto cansado
de tanto trair.
Meu corpo sustentava uma maquina morta.
No cenário das paixões,
Papeis sem falas.
Feito iniciante desta vez eu olhava o mar bater,
Nas pedras do Arpoador.
Ali o coração
Sofria mais pra mim.
Ali eu deixava o sol me queimar
Ali eu tinha a lembrança
De um amor
tao fingido quanto.
De tantos caminhos
E tudo que tive,
Só me trouxeram
Esse que escreve em pedaços,
Estupido solitário e quase sem vida.