DA ÚLTIMA VEZ

Da última vez

Foi uma bagunça.

na vida,

Ficou tudo

de qualquer jeito.

Os copos ficaram

Pela mesa.

A musica parou.

Ninguém apareceu mais.

Lembro que os dias

Passaram a se arrastar.

Os sonhos restaram

Rasgados

Numa lembrança

Lúdica e falha.

As crianças com cem anos

Brincavam no mesmo

Lugar de sempre.

Os velhos não envelheciam mais.

tocava no radio,

a história de Lily Braun.

Depois na estação do metrô

Eu via o rosto dela

No meio dos outros

Sumir de mim.

A primavera era negra

Na estação

Não haviam flores.

Eu corria pelas cidades, feito um vampiro,

de preto,

Em busca de tudo

Embora soubesse

Ter mais nada.

Não tinha amores,

Nos espelhos do tempo

Meu rosto cansado

de tanto trair.

Meu corpo sustentava uma maquina morta.

No cenário das paixões,

Papeis sem falas.

Feito iniciante desta vez eu olhava o mar bater,

Nas pedras do Arpoador.

Ali o coração

Sofria mais pra mim.

Ali eu deixava o sol me queimar

Ali eu tinha a lembrança

De um amor

tao fingido quanto.

De tantos caminhos

E tudo que tive,

Só me trouxeram

Esse que escreve em pedaços,

Estupido solitário e quase sem vida.

Edmilson Cunha
Enviado por Edmilson Cunha em 17/09/2019
Reeditado em 28/06/2020
Código do texto: T6747056
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