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FALAS À RAPADURA
 


Já quis tanto comer-te, rapadura,
e da língua limpar alguns amaros,
só que foste indigesta na doçura.
 

Tu desceste da pia, aí, nos ralos;
pois indigna tu és, oh criatura!...
E na boca magoas os meus calos.
 

Rapadura, afinal, mas não adoças.
 

E teu sabor até não me faz mossas.
 

Fort., 16/05/2016.
Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 16/05/2016
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