Quarta feira de cinzas
(Tela do pintor alemão Carl Spitzweg, 1808-1885)

 




CINZAS
 
Carregando a noite sobre os ombros,
A manhã acordou doente, cheia de feridas.
Nos cantos da boca um frio sabor a cinzas.
 
A chuva não vem para lavar os escombros
Do que ontem foi queimado, agora só poeira,
Resquícios da festança que passou ligeira…

 Ao homem deram a alegria, jogou-a pela janela,

Pois não lhe ensinaram o que fazer com ela.


© Ana Flor do Lácio
Ana Flor do Lácio
Enviado por Ana Flor do Lácio em 05/03/2014
Reeditado em 06/03/2014
Código do texto: T4716273
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