DOIS LADOS

Enquanto anjos com olhos de brasa,
Exibem as suas alvas asas,
Dançam para a lua, demonstram afeto.

Eu me recolho à solidão, olho para o teto,
Sinto-me um mero, velho objeto,
Esquecido na esquina da casa.

Dois lados da insondável madrugada,

Uns podem tudo, outros se rendem ao nada.