CIÚME

Olhava para a morte de um jeito estranho, atrevido,
Flertava, entregava-lhe os seus sentidos,
Declamava poesia, fazia de tudo para a aproximação.


Foi irresponsável, um louco quase absoluto,
Envenenou-se, cortou-se, atirou-se de pontes e viadutos,
Porém, da parte mortífera, só havia a palavra rejeição.


Desistiu dos apaixonantes ensaios; entregou-se à atmosfera.

A morte enciumada pôs fim em sua vida, em suas quimeras.

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Inspirado no conto minimalista,  A PAIXÃO DE SUA VIDA, de Marina Colasanti