TALVEZ

A plumagem, a paisagem, as nuvens brancas,
A espessura das asas francas,
A correnteza, a certeza do verbo voar...

O infinito, o agito, o grito agudo,
O absurdo de si, o vento forte, quase rudo,
A ruptura, a loucura (?) talvez, o olhar,

Contendo o começo, o fim, o motivo.

O ego avesso, o arremesso, o voo... definitivo?


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SEM ASAS

Voar, digo, é com os pássaros,
que sabem planar pelo espaço
sentindo o vento soprar.

 Quanto a mim, não tenho asas,
me limito à minha casa...
e voo somente a sonhar.
 
O fim, quem sabe, é o começo.

 Se não for... Será o avesso?

(HLuna)


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ABISMO

Na beira do abismo o pássaro se lança
E abrindo as asas o espaço logo alcança
Na certeza de que poderá voar....

Na beirada do abismo em que me inclino
A jornada que eu mesma determino
Depende de asas e força pra enfrentar...

Para o pássaro é o começo da viagem

E para mim? Será o fim dessa miragem?....

(Ângela Faria de Paula Lima)