Cegueira
Dançando como dançam saltimbancos,
tenho vivido a vida aos solavancos,
a tropeçar esquinas e desvãos.
Os espinhos que sangraram minhas mãos
nutrem só cravos bravos nos barrancos.
Quisera eu poder reconhecê-los
e os vir oferecer aos teus cabelos,
mas meus cabelos e olhos estão brancos.