TRANSMUTAÇÃO

Mãos que se movem - que se abrem sutilmente,
Que se estendem silenciosamente,
Exibem seus misteriosos emes na vastidão.

Mãos que suam, que se fecham dormentes,
Nem fio, nem filete, fonte ou sede, mãos trementes,
No desenredo, no medo absurdo da escuridão.

Mãos que volteiam, que tateiam, percorrem os sentidos.

Que transformam as dores em poemas transcendidos.


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Tuas mãos que eu toco e beijo,
a mim me parecem tão belas...
Têm vida própria, são ternas,
e fremem inquietas de anseios,
a descobrir praias novas,
quando esquecidos de tudo
rolamos despidos na areia,
mãos nas mãos fazemos roda.

 Tuas mãos de dedos longos,
tuas mãos de unhas retas...
Não sei bem... mas me parece...
Tuas mãos são de poeta!

(HLuna)


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Versos-mãos que se entrelaçam.
Desafiam esses dedos,
a escuridão, o vazio,
 o próprio medo.

(José de Castro)