TALVEZ

Sua suave nuança - lembrança quase tardia,
Nua fisionomia além de um sol poente,
Nosso amor se dissolvendo, se perdendo silente.

Sonho que na solidão das horas, se distancia
Como o vento de inverno - tristemente,
E o eco da pergunta; o que houve com a gente?

Nosso vertiginoso vazio, desencantado jardim.

Eu sem você, você sem mim, talvez, seja melhor assim.


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ARIDEZ

Solidão que me definha,
é brilho de um sol que se apaga
ao lembrar tudo o que eu tinha.

 Peso enorme que me esmaga,
dor imensa, essa, a minha
 se alastrando - é uma chaga.

 Parece um deserto sem fim.

 Eu sem ti... Secou, de todo, o jardim.

(HLuna)