Do Eu Ao Ateu
Valete dos Anjos
Foi o teu, ateu de mim mesmo
ao céu, o fel o véu da minha vida
nutrido palavra em meu peito. Sangra a'lma do rejeito.
Re (clamava) as trevas a vertigem sombria
ao meu firmamento sou agressor do dia;
em meu vulto de alegria precipícios da agonia.
Sobre meu crânio que abrasa o negro açoite,
me desperto agora as sepultura do tempo da noite.