Madrugada.

Aparece assim na rósea madrugada,

Como onda no mar, uma lágrima

Teima em desaguar sem ser notada

Apenas um pingo de cascata amada

Na pele desliza para o doce clima

Num rastro de saudade retardada.

Quer se esconder, nua, perdida, gelada

Nas mãos do tempo amarrotada

Vestida de sal, tristeza e mais nada.

Segue célere um caminho de fada

Querendo achar a saída, disfarçada

Na noite perseguindo à madrugada

Recordando sonhos vividos

Penumbra de tempos esquecidos.

Gemidos entre palavras soltas

O amanhecer final abre as portas.

By Domfiuza e Lully.