ESTRANHO

Dói-me essa seiva inútil,
Esse olhar concreto, incerto, faminto,
Varrendo lentamente o labirinto.

Dói-me esse eu sem porto, esse corpo roto, senil,
Recolhido pelo entanto, pelos cantos,
Esse escondido, silencioso pranto.

Dói-me esse vão, essa solidão, esses danos,

Esse estranho, insano destino de ser humano.