HERÓIS - De 1819 a 2011
Quem agora culpa o passado,
as chuvas e seus temporais.
Esquece sofrimentos ancestrais.
Daqueles que desbravaram, fundaram, morreram.
Foi assim em qualquer tempo,
Mas a informação salvou Noé.
Hoje, Quem irá nos salvar?
Nos Palácios os “Nobres” legisoram(*), para si!
Entre Setembro e Novembro de 1819, 1.702 pessoas, de um total de 2013, imigrantes Suíços, sobreviventes de uma travessia oceânica que durou 3 meses e doze dias, chegaram ao Rio de Janeiro no porto de Itambi, de onde em carros de bois e a pé através da baixada fluminense, subindo o vale do Rio Macacu, chegaram ao seu destino. Muitos ficaram pelo caminho, vitimas da málaria e fome.
Tempos depois, em homenagem ao lugar de origem, Canton de Fribourg, fundaram uma colônia e a ela deram o nome de Nova Friburgo.
Não bastassem as condições adversas no campo social, com a volta de D. João VI para Portugal, os subsídios cessaram. As condições climáticas eram horríveis, pois o calor da região era muito diferente do calor que eles tinham na Suiça.
Tanto que em 1821 o verão foi terrivelmente chuvoso e as enxurradas destruíram tudo o que tinham construído.
Sem subsídios, sem administrador, acéfalos, sem língua de comunicação a não ser com os seus, entregues a fome, a miséria e em plena selva eles viveram e sofreram tanto o quanto os friburguenses de hoje sofrem.
Uma coisa os iguala, apesar do tempo que os separa. O não ter para onde ir. Pois o que explica a presença deles ali, é a necessidade. Deles e do Estado a qualquer tempo.
Como descendente de um desses heróis (Jean-Henri Verdan-Família Verdan), estou muito triste com o que está acontecendo na região serrana do estado do Rio de Janeiro.
Mas sei que os verdadeiros heróis Friburguenses e todos daquela região serrana, saberão honrar a história dos seus antepassados e seguir em frente. Pois esse é o destino daqueles que sobreviverem.
Aos “NOBRES”, cabe fazer o que lhes é concedido, ora pelo acaso...ora pela alienação de alguns, governar. Como sempre ao sabor dos seus próprios interesses.
Não demora, teremos mais tragédias em algum canto “DESTE” País.
É só esperar para morrer!
(*) Junção das palavras LEGISLAR e Orar. Prática muito comum em Brasília e no "RETO" do País, por grupos de ratos políticos antes da divisão do dinheiro obtido com a corrupção dos seus cargos.
Estou usando esta expressão pela segunda vez. A primeira foi Janeiro/2010 quando da descoberta do Mensalão do Arruda.