O que havia?

Havia a palavra encarcerada, faminta por ser gula de poeta,

que cego, no meio de tantas letras de dor, cismava tatear ruas

de algum vestígio de amor; na rima lilás e nua da alma aprendiz.

É mesmo teimoso quem escreve e se atreve pela boca calar.

E diz em versos, o que falou de menos, por sentir assim demais.

Só para fazer sentido ter doído tanto; amado tanto, tantos ais.

Havia tantas palavras acariciando os dedinhos em falsetes...

Mas aquela aprisionada, livre do poeta; sonha com liberdade!

Mirea
Enviado por Mirea em 26/04/2010
Código do texto: T2221822