ARTISTAS OFICIAIS*
De puxa-sacos andam cheios os palácios;
são os que sempre lambem botas dos seus amos,
entes mais menos que o cartaz que nós lhes damos.
Em geral, porta-vozes que subiram fácil,
renegando as raízes vindas lá do povo,
mas dos politiqueiros uns babões de ovo.
Não falo, aqui, dos boas-vidas medievais.
Meu tiro vai é para artistas oficiais.
Fort., 12/11/2009.
(*) Se você, caro(a) amigo(a), não tem a infestação
palaciana de artistas extremamente venais, aí, no
seu domínio estadual, então, parabéns. No Ceará, e
creio que em muitos outros Estados, prolifera toda
uma gama de serviçais de políticos, os quais nunca
perdem oportunidade para, em público, lançar loas
e confetes em cima de descarados governantes. Na
Bahia, por exemplo, certo notável que hoje joga
pedras no Lula era useiro e vezeiro em elogiar o
tristemente famoso cacique Antônio Carlos Maga -
lhães, o “Toinho Malvadeza”. Sem citar nomes, no
Ceará, é trágico. Pelo menos três nacionalmente
famosos, daqui, puxam saco do tucanato local, que
é um verdadeiro disparate. Não se trata de patrulha
-mento ideológico; é que o puxa-saquismo salta aos
olhos e repugna.