PÉROLA BARROCA

(Burlando a forma)

E eu que que cometi o erro de chorar!

Lágrimas tão inúteis, como um mar sem sol,

A desertar das suas ondas mudas e revoltas

Que se racham sobre rochas carbonizadas.

Voltei a me fechar na velha concha barroca,

Que me prometia lá dentro, um oceano de amor.

Ah-o ilusionismo de Poetas-um infinito de armadilhas!

Sempre cultivam pérolas de incautos sentimentos.

Versejo entre os caminhos das espumas sobre a areia.

Sou tão alva quanto a alma das pérolas de verão.