OS VELHOS MALANDROS
Os anos tem o prazer inclemente
de enrrugar o couro da gente,
de enfraquecer nossa visão,
de diminuir nossa audição,
de alentar os nossos passos,
de limitar a força dos nossos braços...
E ainda...
Pintam nossos cabelos de alvura,
põe em nossas bocas a dentadura,
nos deixam com voz cansada,
com a virilidade amortalhada,
com a memória enfraquecida
e com a próstata corroída.
Os anos são malandros!
Passam de surdina
sempre por de trás da cortina,
pé ante pé... Mas são voláteis, correm!
São como grãos de areia que escorrem
macios por entre os dedos da mão,
para deitarem nos braços aquecidos de chão.
Os anos nos dão de presente a artroz,
carregam em si o dom algoz
de nos incluirem na pauta,
dos que amargam a pressão alta.
Os anos obscurecem a nossa realeza,
põe fim na nossa beleza,
personificadas nas amarelas fotografias,
dos velhos tempos, dos nossos áureos dias.
Os anos são marôtos!
Não sei se por capricho ou maldade,
eles tentam nos fazer crer, que a felicidade,
em nós não faz mais morada,
que nosso mundo se resume a uma cadeira na calçada,
de onde observamos a vida, saudosos!
Mas não! Nós vivemos! Amamos! Eles é que são maldosos!
Não tem caráter! Não tem brio!
Vivem a nos lançar contra o fio
das suas espadas afiadas,
abrindo em nós feridas de dores caladas.
Mas a esperança arranca de nossas almas um grito,
formamos, juntos, um grande veredicto
e assim vamos vencendo os desenganos,
vamos dando risadas da cara dos anos,
que insistem afogar-nos no mar das amarguras,
castigando-nos com as suas procelas duras.
Os anos são malandros.
Disso nós todos sabemos muito bem.
O que os anos não sabem, é que nós somos malandros também!
Os anos tem o prazer inclemente
de enrrugar o couro da gente,
de enfraquecer nossa visão,
de diminuir nossa audição,
de alentar os nossos passos,
de limitar a força dos nossos braços...
E ainda...
Pintam nossos cabelos de alvura,
põe em nossas bocas a dentadura,
nos deixam com voz cansada,
com a virilidade amortalhada,
com a memória enfraquecida
e com a próstata corroída.
Os anos são malandros!
Passam de surdina
sempre por de trás da cortina,
pé ante pé... Mas são voláteis, correm!
São como grãos de areia que escorrem
macios por entre os dedos da mão,
para deitarem nos braços aquecidos de chão.
Os anos nos dão de presente a artroz,
carregam em si o dom algoz
de nos incluirem na pauta,
dos que amargam a pressão alta.
Os anos obscurecem a nossa realeza,
põe fim na nossa beleza,
personificadas nas amarelas fotografias,
dos velhos tempos, dos nossos áureos dias.
Os anos são marôtos!
Não sei se por capricho ou maldade,
eles tentam nos fazer crer, que a felicidade,
em nós não faz mais morada,
que nosso mundo se resume a uma cadeira na calçada,
de onde observamos a vida, saudosos!
Mas não! Nós vivemos! Amamos! Eles é que são maldosos!
Não tem caráter! Não tem brio!
Vivem a nos lançar contra o fio
das suas espadas afiadas,
abrindo em nós feridas de dores caladas.
Mas a esperança arranca de nossas almas um grito,
formamos, juntos, um grande veredicto
e assim vamos vencendo os desenganos,
vamos dando risadas da cara dos anos,
que insistem afogar-nos no mar das amarguras,
castigando-nos com as suas procelas duras.
Os anos são malandros.
Disso nós todos sabemos muito bem.
O que os anos não sabem, é que nós somos malandros também!