FABULÁRIO 10 O BURRO, O CAVALO E A ONÇA
Numa tentativa de contrariar a própria natureza e provar que seu nome é injustificado ao ser para efeito de comparação considerado um animal de pouca inteligência, um burro tenta passar o efeito de tal fama a um parente próximo: O cavalo.
- O cavalo é um animal muito mais cretino do que eu.
Pensava remoido de ciumes ao ve-lo com um égua no pasto bem á vontade logo aquela égua que ele, tinha forte queda amorosa apesar dela não lhe dar a menor trela e ainda, não ser uma mula
(parceira ideal de um burro), no que ele se aborrecia:
- Aquela égua se derrete toda por aquele pangaré sonso,
No pasto a tarde caia e enquanto pastavam o cavalo e a mula uma moita escondia feroz onça cuja presença foi notada apenas pelo burro que evitou alerta-los decidido que estava em ver como se sobressaia o seu rival, que poderia com um mal resultado diante da onça deixar-lhe livre o caminho.
O que passou despercebido pelo burro foi que eram não uma mas duas onças, e ele só percebeu isso quando elas atacaram de surpresa ao cavalo e a mula, deixando-o preocupado. mas indeciso, vendo o desenrolar de tudo á meia distância, sem intervir.
- Aqueles dois precisam da minha ajuda agora diacho.
No ataque, o cavalo fez um rodopio e passou a apavorar-se com as duas onças e numa distração levou uma investida de uma que tentou lhe subir nas costas pra tentar feroz dentada mas ele escapou esperto e nisso a outra tentou pega-lo por trás mas no jeito deu lhe fulminante patada que ela já tombou sem vida.
Contudo, não deu tempo de a égua sentir no cavalo um heroi, pois logo que se viu a salvo de uma e ainda apavorado, fugiu em desabalada carreira deixando-a em apuros com a onça a rodea-la soltando urros que lhe apavoravam,
Não querendo perder a chance de superar o medroso cavalo. o burro foi em defesa da égua e empreendendo um galope desajeitado soltou apavorante urro em direção a onça que de fato assustada bateu em retirada enfiando dentro da matinha de onde antes saira junto com a outra que ficou estirada.
Mas a cretinice do burro contudo não o impediu de desviar de perigoso terreno lodoso que lhe deixou parcialmente atolado manchando-lhe os louros da condição de heroi e ao contrário colocando-o na situação de um necessitado a ser salvo.
Sem criatividade a égua passou a assisti-lo patinar no brejo cuja tentativa o afundava mais e mais até desaparecer por completo, em barato e improvisado enterro, pelo que apesar e salva pelo burro nada pode fazer e tratou de cair fora dali temendo novo surgimento da onça.
UM BURRO SEMPRE FAZ UMA BURRICE.