QUE NEM AVE DE RAPINA
 
Que nem ave de rapina...
Veio de longe àquela menina, ·
que eu comecei com seus encantos
me deleitar...
 
Mas por nada me conformei
quando de manhã bem cedo despertei,
E vi que tudo não passava de um mero engano
e assim me pus todo a arrepiar...
 
De tanto beijo que na boca
lhe dei em algum momento eu me realizei...
Quando de repente desconfiei...
 
Do seu jeitinho
de benzinho me chamar...
 
De supetão da cama levantei,
e sem querer alguma coisa ainda perguntei...

_ Que moléstia dos cachorros é isso
que você acabou de me mostrar?
 
Pois jamais imaginei que naquela
noite me deitara com um gay. E que nada
nos dava tempo de conversar.
 
Confesso; que logo de tudo eu repugnei,
pois os detalhes eu nem mesmo sei
como posso lhes contar...
 
Pois a cara que coloquei...
Assustou o danado do veado,
para ele jamais pensar em voltar.
 
A culpa é sempre da danada
da cachaça que por nada, em nada
devemos exagerar.