A REAÇÃO DO HOMEM QUE NÃO REAGIA
A REAÇÃO DO HOMEM QUE NÃO REAGIA
(Autor: Antonio Brás Constante)
Ariovaldo escutava sempre a mesma frase de seus conhecidos: “reage homem!”, é o que eles diziam. E falavam com razão.
Tinham pena do pobre homem, que não reagia a nada. Sua mulher vivia brigando com o pobre infeliz, xingando-o e fazendo ele padecer em suas mãos. Muitos já teriam virado a mesa e feito a megera se calar, mas não o Ariovaldo. Ele não reagia aos desmandos de sua esposa, agüentando calado sua triste sina.
No serviço não era diferente. O seu chefe maltratava o coitado. Mandava-o executar as piores tarefas. Gritava com ele. Era grosseiro e estúpido. Os colegas sacudiam a cabeça ao ver aquela situação deplorável. Indignavam-se. Chamavam o Ariovaldo em um canto e diziam, quase em coro: “reage homem!”. Mas ele nada fazia. Suportando a tirania de seu chefe. E assim, era a vida do Ariovaldo. Sofrer calado. Sem reagir a nada. Todos pisando nele, e ele deixando. Revidar, nem pensar.
Até o dia em que resolveu reagir. Sua reação foi mais que um ato de coragem, sendo considerada como um ato suicida, por ter reagido justamente a um assalto. O ladrão apontou a arma para ele e mandou-o entregar a carteira. Ele arregalou os olhos como se estivesse tomado de cólera, avançando contra o meliante que gritava: “Não reage! Não reage!”. Resultado: Levou três tiros.
No caminho para o hospital, dentro da ambulância, os enfermeiros tentavam salvar a sua vida, aplicando medicamentos, choques e gritando: “reage homem!”. Mas Ariovaldo já estava decidido: Não reagiria mais.
E-mail: abrasc@terra.com.br
Site: www.recantodasletras.com.br/autores/abrasc
NOTA DO AUTOR: Divulgue este texto para seus amigos. (Caso não tenha gostado do texto, divulgue-o então para seus inimigos).
NOVA NOTA DO AUTOR (agora com muito mais conteúdo na nota): Caso queira receber os textos do escritor Antonio Brás Constante via e-mail, basta enviar uma mensagem para: abrasc@terra.com.br pedindo para incluí-lo na lista do autor. Caso você já os receba e não queira mais recebe-los, basta enviar uma mensagem pedindo sua retirada da lista. E por último, caso você receba os textos e queira continuar recebendo, só posso lhe dizer: "Também amo você! Obrigado pela preferência".
ULTIMA NOVA NOTA DO AUTOR: Agora disponho também de ORKUT, basta procurar por "Antonio Brás Constante".