Do fato aos seios II

Curiosidade é uma coisa engraçada. As pessoas, de um modo geral, se defendem com relação a carregar isso consigo, não gostam quando são tachadas de curiosas, se ofendem... mas a verdade é que somos todos curiosos, de um jeito ou de outro. Estamos sempre sondando, principalmente os amigos, como quem não quer nada, a fazer perguntas e tudo mais. Tudo bem, se estamos falando de uma relação de amizade e confiança, é claro que tem de haver troca de informações entre eles, ou então não será uma amizade. Daí nasce a confiança, que também é uma forma de curiosidade, por que não? Sempre que nos vemos em uma situação, daquelas normais num relacionamento de confiança mútua, em que seu amigo precisa lhe contar uma coisa muito importante, ou desabafar sobre um sentimento qualquer, nós, grandes e honrados seres que somos, sugamos aquilo até que não seja possível extrair mais nada daquele fato, em conversas que as vezes até perturbam mais a pessoa do que a tranquilizam, justamente o contrário do que eles buscam! Dito isso, vamos ao ocorrido.

Quarta feira, hora do almoço, calor e fila de banco. Uma mistura explosiva não? Pois bem, estava eu na fila de banco, mal humorado e sem esperança de ser atendidos nos próximos quarenta minutos, um tédio. Então comecei a pensar besteiras, do tipo cair no chão e fingir um ataque epilético, ou dar um tapaço na cabeça do policial que estava parado na porta, com mão no coldre e tudo mais. Dou-lhe uma bifa... bom, no fim das contas acabei achando algo interessante no que pensar. Lembrei-me do comentário que um amigo, daqueles de confiança, a respeito do caso da garota rebolância da faculdade. Dizia para eu falar dos seios e do que tinha acontecido e tal. Nesse momento, encontro um conhecido na fila ao lado. Na verdade, é a mesma fila, só que dando uma volta. Nos esbarramos de frente e batemos um breve papo, que se resumiu aos cumprimentos usuais e mecanizados e à seguinte pergunta-comentário, por parte dele: "Véi, e os peitinhos lá da mina? Sapecô ou não? Conta aí, Tô mô curioso!". Após clamorosos pedidos, não vou me furtar a contar o ocorrido agora. Não o contei antes por ser demais embaraçoso, mas depois que ocorreu praticamente a mesma coisa, com a mesma pessoa, já fiquei cara de pau!

Vinha eu, com já dito, saindo da biblioteca. Na escada eu vejo uma garota subindo. Ela tinha um belíssimo colo, que pude apreciar deveras, devido às parcas vestes que cobriam-lhe a nudez. Então eu interrompi meu caminhar para vê-la passar; uma atitude estúpida,visto que ela percebeu meu interesse por seu busto e me lançou um olhar, misto de reprovação e vergonha, já que também ela só se deu conta neste momento o quanto "eles" estavam chamando atenção. Tudo bem, fui meio indiscreto naquele momento, mas a mesma garota, com uma blusa ainda mais apetecível e com os mamilos ainda mais intumescidos que outrora, não deixa dúvidas de que isso já virou provocação. Ainda bem que nessa hora, se encontrava comigo um conhecido da dita jovem, que resumiu meu acontecimento passado e clareou-me os caminhos futuros com a propícia máxima: "cara, essa menina machuca mesmo! Ela só vem provocando!". Certamente me utilizarei bem do exemplo desta jovem futuramente por aqui.

Quanto ao "diálogo" usado por mim anteriormente, vejo que não foi a melhor das metáforas que poderia ter utilizado para narrar e esconder o fato, mas foi bom pois cheguei a duas importantíssimas conclusões: a vulgaridade de determinadas mulheres não se restringe aos âmbitos recreativos, e eu acho que preciso arrumar mais o que fazer do que ficar apetecendo as tetinhas alheias!