Manifesto dos Sinais Discriminados
Manifesto dos Sinais Discriminados
Saibam todos quantos este Manifesto dos Sinais Discriminados virem que, há algum tempo, existem privilégios que consideramos devam ser redistribuídos para a harmônica convivência dos sinais.
Não se ouve falar mais de circunflexo, a crase está em crise, o agudo sente dores profundas, a exclamação faz
interrogações, o asterisco anda meio cabisbaixo, o trema caminha trêmulo, as aspas cheias de caspas, o apóstrofo aposta em outras funções, a vírgula anda emburrada com o ponto [talvez por estar o ponto com seu jeito atual], até a cedilha reclama com a a Ciça, pra barra a coisa anda suja e, embora a arroba esteja muito presente, o problema todo é que no diálogo do dia-a-dia tem se dado maior referência a determinado sinal.
Vejam que, por exemplo, nas bancas de jornais, nos pontos de ônibus, na farmácias, lojas e similares, nas conversas entre amigos de idades variadas, camelôs e muitos locais mais, o que se constata é:
- Ô til, vai graxa aí?
- Til, quer dar uma olhadinha?
- Ah! Vá til, só porque você já passou por isso...
E por aí, vai.
Assinado:
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[a arroba não assinou]
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